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    Altas de preços e cortes de vagas: serviços do Brasil contraem em fevereiro

    Os fornecedores de serviços do país relataram preços mais altos de alimentos, combustíveis, transportes, serviços públicos e equipamentos de proteção pessoal

    Camila Moreira, da Reuters

    A pandemia de coronavírus continuou pesando e a atividade do setor de serviços brasileiro permaneceu em contração em fevereiro, com forte aumento dos preços e cortes de emprego pelo terceiro mês, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta quarta-feira (3).

    O IHS Markit informou que seu PMI de serviços para o Brasil subiu apenas marginalmente a 47,1 em fevereiro, de 47,0 em janeiro, permanecendo pelo segundo mês seguido abaixo da marca de 50 –que separa crescimento de contração.

    A pandemia de Covid-19 foi considerada a principal responsável pela contração da produção e pelo número mais baixo de novas encomendas.

    “O setor de serviços do Brasil sofreu outro revés em fevereiro. Com a pandemia de Covid-19 desencorajando as encomendas pelo segundo mês seguido, a atividade continuou a contrair”, afirmou a diretora associada de economia do IHS Markit, Pollyanna De Lima.

    A queda das vendas totais foi concentrada no mercado doméstico, uma vez que os novos negócios de exportação aumentaram, ainda que ligeiramente, depois de queda no mês anterior.

    A inflação foi destaque no mês de fevereiro. Os fornecedores de serviços do país relataram preços mais altos de alimentos, combustíveis, transportes, serviços públicos e equipamentos de proteção pessoal. A taxa de inflação permaneceu elevada, mesmo tendo atingido o menor patamar em quatro meses.

    Com os custos mais altos nos últimos meses e as empresas buscando proteger as margens, os preços cobrados aumentaram em fevereiro à taxa mais forte em quase cinco anos e meio.

    Essa combinação levou empresários a cortar empregos durante fevereiro pelo terceiro mês seguido.

    Ainda assim, as empresas mantiveram uma visão otimista sobre o futuro, com quase 41% dos participantes prevendo crescimento da produção nos próximos 12 meses, enquanto 4% veem contração.

    O motivo de otimismo é o programa de imunização contra a Covid-19, que deve dar apoio à recuperação econômica, na opinião dos entrevistados, bem como reformas do governo e esforços de marketing.

    A fraqueza do setor de serviços pressionou a atividade empresarial brasileira como um todo, mesmo com o crescimento da indústria acelerando em fevereiro. Mas o chamado PMI Composto subiu para 49,6 em fevereiro, de 48,9 em janeiro, indicando uma “marginal taxa de redução” da atividade empresarial geral, segundo o Markit.

    “As empresas brasileiras têm esperanças de que mais vacinas contra a Covid-19 serão administradas, encerrando a pandemia e permitindo a recuperação econômica. A confiança empresarial melhorou entre fornecedores de serviços e produtores de bens”, completou De Lima.

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