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    Conheça os negócios de Kanye West, rapper e candidato à presidência dos EUA

    O músico investe em fundos de venture capital e em imóveis, além de ter uma marca de roupas em parceria com a Adidas que vale US$ 1,26 bilhão

    Matheus Prado, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Mais de 10 álbuns lançados, 21 Grammys conquistados e uma carreira genial na música. Fatos sobre Kanye West que interessam pouco em 2020. Ye, como é chamado, deixou o hip hop um pouco de lado e hoje ganha a maior parte do seu dinheiro na indústria da moda. Em parceria com a Adidas, a sua marca de tênis e acessórios Yeezy fez com que o empresário entrasse para um seleto grupo, o dos bilionários.

    A outra faceta de Kanye mais visível neste ano também tem pouco a ver com produção musical e rimas socialmente conscientes. Ele entrou – não tão de cabeça assim, é verdade – em uma empreitada política: lançou-se como candidato independente à presidência dos Estados Unidos. Detalhe: West já havia apoiado o presidente (e agora adversário nas urnas) Donald Trump.

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    Natural de Atlanta e criado em Chicago, Kanye é filho de uma professora universitária e de um antigo membro do Black Panther. Ele versou durante anos sobre o racismo estrutural nos EUA e o abismo social que separa brancos e pretos em todo o mundo.

    Na virada da década, Kanye se casou com a socialite Kim Kardashian e foi voltando suas atenções para a temática gospel e para o mundo da moda. O empresário, diagnosticado com bipolaridade, também coleciona inúmeras polêmicas.

    Confira abaixo algumas das empreitadas do gênio da música transformado em expoente da moda e agora postulante ao cargo mais importante do mundo:

    Música

    Onde tudo começou. Há diversos vídeos na internet que mostram os primeiros passos da carreira de Kanye em Chicago, no início dos anos 2000. São quase 20 anos de carreira, nove álbuns solo, três álbuns colaborativos e centenas de prêmios. Kanye estimou à Forbes que sua gravadora e seus direitos autorais valem pelo menos US$ 90 milhões.

    Este valor poderia ser muito maior se ele tivesse os direitos de suas músicas. Nos últimos dias, ele fez uma série de tuítes reclamando de seus contratos com empresas da indústria musical. 

    Disse inclusive que não iria lançar novas músicas até que seus contratos com a Sony e a Universal acabassem. Ele também afirmou que gostaria de ser o dono das gravações de seus trabalhos, e chamou a indústria musical de “navios de escravos dos tempos modernos”.

    Nike/Adidas/Gap

    A joia da coroa. West começou sua empreitada na moda há quase 15 anos, mas só colhe os frutos agora. O cantor desenhou seu primeiro tênis para a Nike em 2009, companhia americana com quem tinha contrato à época (não obstante, ele ainda declara uma ter parceria com a marca avaliada em US$ 25 milhões).

    Mas foi com a Adidas que o artista ultrapassou a barreira do bilhão de dólares. O Yeezy Boost 350, modelo lançado em 2015 que fez muita gente retorcer os olhos, caiu nas graças dos sneakerheads, como são chamados os colecionadores de tênis. 

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    Com tiragem limitada, os tênis de Kanye passaram a ser disputados a tapa e ganharam um mercado paralelo. Quem não consegue comprar no lançamento chega a pagar muito mais caro para adquirir o produto. Essa indústria ficou tão grande que jovens passaram a ganhar dinheiro investindo e negociando os modelos mais exclusivos.

    Com isso, a Yeezy foi estimada em US$ 1,26 bilhão pela Forbes. Somente em 2019, acredita-se que o empresário tenha faturado mais de US$ 140 milhões com a marca, através de royalties pagos pela Adidas. Neste ponto, existe uma dúvida: não se sabe o nível de independência da empresa do cantor em relação à gigante alemã.

    Em junho de 2020, o cantor anunciou parceria com a tradicional marca de vestuário Gap. Mesmo sem saber os termos do acordo, o mercado financeiro reconheceu a importancia de West na indústria da moda: as ações da empresa subiram 20% em uma hora e mais de 40% durante a semana do anúncio.

    Patrimônio

    O cantor possui ainda, segundo o próprio declarou, investimentos em fundos de venture capital e no ramo imobiliário (residenciais e comerciais) que somam US$ 100 milhões. Boa parte dos empreendimentos fica na cidade de Cody, no estado de Wyoming, onde o cantor tem vivido nos últimos tempos. Na lista não aparecem outras posses de West, como seus carros, seus tanques de guerra (sim!) e sua casa em Los Angeles, avaliada em US$ 14 milhões.

    Apesar de todo esse patrimônio, Kanye estima ter dívidas de até US$ 100 milhões, grande parte disso por conta de hipotecas. 

    Campanha

    A campanha quixotesca do cantor à presidência também tem um lado de negócios. Ele disponibilizou na internet roupas e acessórios com os dizeres “KANYE 2020 VISION” a preços não tão acessíveis. Os bonés chegam a custar US$ 60 e os casacos não saem por menos de US$ 160. Seus apoiadores também podem doar de US$ 20 a US$ 2800 à chapa (que não tem vice).

    Num tom mais sério, mesmo mais afastado das lutas sociais, Kanye continua fazendo sua presença ser sentida na comunidade afro-americana. Ele doou US$ 2 milhões às famílias de George Floyd, Breonna Taylor e Ahmaud Arbery, pessoas inocentes que foram vítimas da brutalidade da polícia americana. 

    (Com Reuters)

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