Guedes diz que avanço de investimentos produtivos no Brasil tem chamado atenção
Ministro da Economia afirmou que presidentes da República, Senado e Câmara dos Deputados apoiam aprovação de reforma administrativa no Congresso
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) tem surpreendido positivamente a equipe econômica. O indicator é visto como um termômetro dos investimentos produtivos no país e turbinou o PIB do primeiro trimestre, divulgado nesta manhã pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
“O componente que chama a atenção tem sido a formação bruta de capital fixo, claro que tem ali umas plataformas de petróleo, mas, como os juros ainda estão baixos e os longos estão começando a descer em função das reformas, esperamos que o setor de construção civil mantenha investimentos, estamos vendo também investimentos começando em diversos setores: de saneamento, como teve na Cedae, 22 aeroportos que foram vendidos, terminais marítimos”, disse a jornalistas no começo da noite desta terça-feira (1º), na saída do Ministério da Economia.
Na avaliação do ministro, o cenário mostra que está havendo uma maior difusão dos investimentos pelos setores produtivos, o que indica que a economia está em recuperação.
Questionado sobre o grande trunfo desse cenário, Guedes citou a vacinação em massa, a trajetória da dívida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e o avanço das reformas no Congresso.
“Estamos conseguindo manter esse equilíbrio de cuidados com a pandemia, vacinação em massa, que estamos acelerando, mas também o tempo inteiro com as reformas estruturantes. O Brasil, como eu digo, vai surpreender pelo terceiro ano seguido.”
O ministro também afirmou que o país “está reagindo bem” tanto à vacinação contra a Covid-19 quanto às reformas. “As reformas vêm: vem a reforma tributária e a reforma administrativa. A agenda de ganha-ganha pro Brasil é vacina e reformas.”
Investimento turbinou o PIB do 1º trimestre
A Formação Bruta de Capital Fixo foi importante para o avanço da economia na primeira fase do ano. O indicador subiu 4,6% no primeiro trimestre de 2021 ante o quarto trimestre de 2020. Na comparação anual, o avanço foi de 17%. Já a taxa de investimento, representada pela relação do FBCF com o PIB, chegou a 19,4%.
Um dos motores desse resultado foi o programa Repetro. Ao citar as plataformas de petróleo, o ministro se referiu ao impacto desse programa nas importações, que jogam os números de FBCP para cima, por conta da incorporação de plataformas de petróleo na contabilidade. O programa dá isenção na importação de itens utilizados pela indústria de petróleo e gás natural, e o componente de absorção de máquinas e equipamentos representa cerca de 50% do investimento no país.
Mas, na avaliação de especialistas os números sobre investimentos teriam crescido independentemente do Repetro, por conta, por exemplo, do bom desempenho da produção de bens de capital.
A economia brasileira cresceu 1,2% de janeiro a março, na comparação com os últimos três meses de 2020. Esse é o terceiro resultado positivo do indicador, depois dos recuos registrados no ano passado, e surpreendeu o mercado, que chegou a prever uma contração econômica no período.
Crise hídrica
Questionado sobre o risco do país viver uma crise hídrica e energética, o ministro Paulo Guedes rebateu que o Ministério de Minas e Energia está “atento” à situação.
“Estão atentos e tomando as providências que acham cabíveis. Agora, nós vamos crescer e isso naturalmente vai botar pressão. Vai mostrar, por exemplo, que nós devemos privatizar a Eletrobras. O setor elétrico brasileiro está em um imbróglio que foi criado nos governos passados, e agora temos também o problema do regime de chuvas. Nós não controlamos isso, é uma variável completamente inesperada — como foi a pandemia.”