BC melhora previsões para PIB, mas destaca incerteza acima do usual para 2021
Para o ano que vem, o BC projetou uma alta de 3,9% para o PIB, mais otimista que o crescimento de 3,2% visto pelo Ministério da Economia
O Bando Central revisou sua projeção oficial para o desempenho da atividade econômica de 2020. Com perspectivas mais favoráveis, a estimativa do Bc para a contração do Produto Interno Bruto (PIB) passou de queda de 6,4% para recuo de 5%. Para o ano que vem, o BC projetou uma alta de 3,9% para o PIB, mais otimista que o crescimento de 3,2% visto pelo Ministério da Economia.
A atualização está no Relatório Trimestral de Inflação, publicado nesta quinta-feira (24). “A nova projeção reflete, principalmente, perspectivas mais favoráveis para o terceiro trimestre”, informou.
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O crescimento acentuado no terceiro trimestre, de acordo com o BC, será influenciado pelas ações governamentais de combate aos impactos econômicos da pandemia de Covid-19, bem como pelo retorno gradual do consumo a patamares vigentes antes do período de isolamento.
O que chamou atenção, porém, foi a incerteza acima da usual citada pela instituição no relatório. “Para o último trimestre do ano, a partir de quando vigora incerteza acima da usual sobre o ritmo da recuperação, espera-se arrefecimento da taxa de crescimento, associado, em parte, à diminuição esperada de transferências de recursos extraordinários às famílias”, pondera o documento.
A nova previsão se aproxima das expectativas do Ministério da Economia e do mercado financeiro, que projetam contração de 4,7% e 5,05%, respectivamente, em 2020. Para 2021, no entanto, o BC está mais otimista que ambos. Enquanto o mercado financeiro prevê crescimento de 3,01% para a atividade econômica ano que vem, o Ministério da Economia espera alta de 3,2%.
Segundo o BC, a perspectiva de crescimento de 3,9% no ano que vem “depende da continuidade do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira, condição essencial para permitir a recuperação sustentável da economia”, diz o relatório.
Inflação e juros
O BC revisou também a estimativa para a inflação de 2020, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ao em vez de ficar em 2,4%, como esperado em junho, o índice deve fechar em 2,1%.
O mercado financeiro espera que a inflação oficial fique em 1,99% este ano. Ambas as previsões estão abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual, ou seja, podendo variar de 2,50% a 5,50%. A principal ferramenta do BC para perseguir a meta é a taxa básica de juros, a Selic.
O BC reforçou que o espaço remanescente para novos cortes de juros, se houver, deve ser pequeno, uma vez que a taxa Selic já se encontra na mínima histórica a 2% ao ano.
“Consequentemente, eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal”, explica.
Para 2021 e 2022, o Banco Central projetou, respectivamente, inflações de 2,6% e 3,2%. Em junho, as duas projeções eram de 2,6%. As estimativas consideram a trajetória estimada pelo mercado financeiro para a taxa de juros e de câmbio neste ano e no próximo.
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