Demanda reprimida faz hotel em SC abrir lista de espera, diz diretora
'O hotel está cheio, não estamos conseguindo atender a todos', conta Fernanda Makhoul, executiva do Ponta dos Ganchos Exclusive Resort, em Florianópolis
Um dos setores mais afetados pela pandemia de coronavírus, o segmento de turismo e hotelaria, aos poucos, reabre as portas. Mas, se os protocolos de higiene e segurança são um desafio, a demanda não será um problema, de acordo com Fernanda Makhoul, diretora de marketing e vendas do Ponta dos Ganchos Exclusive Resort, em entrevista ao CNN Domingo.
“Reabrimos em julho, já com uma alta ocupação. Agora, em agosto, já temos lista de espera. Não estamos conseguindo atender a toda essa demanda reprimida. O hotel está cheio”, disse a executiva.
Localizado há pouco mais de uma hora de carro da capital catarinense, Florianópolis, o hotel faz sucesso ao oferecer o que o turista procura durante a reabertura: natureza, conforto e, principalmente, isolamento. Outra tendência percebida pelo mercado, e constatada em diversas pesquisas sobre o segmento, é a preferência por destinos mais próximos de casa, que não dependam de viagens aéreas.
“O turismo de isolamento pode ser nova tendência. Acredito que algumas adaptações que foram necessárias nesse momento de pandemia vão virar rotina daqui pra frente. O hóspede está mais exigente, mais preocupado com o hotel em que ele vai passar alguns dias. O ‘novo normal’ veio para ficar”, contou Makhoul.
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Mas ainda há um longo caminho a percorrer até que o setor retome os níveis de operação de antes da pandemia. De acordo com dados do IBGE, as atividades turísticas cresceram 19% em junho deste ano, na comparação com maio, que também teve aumento quando comparado a abril. Só que o ganho acumulado de 28% nesses dois meses ainda não é suficiente para recuperar as perdas de 68% registradas em março e abril deste ano.
“Após a pandemia, quando a gente já tiver acesso a uma vacina, acho que as pessoas vão se sentir à vontade para fazer viagens mais longas, contar com um deslocamento aéreo. Acho que aos poucos todo mundo vai voltar a se sentir seguro e o segmento de turismo vai entregar isso para as pessoas”, disse.