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    Quase metade dos executivos aposta na valorização das ações de suas empresas

    Em junho, o percentual de diretores e conselheiros 'comprados' em suas ações era de apenas 31%; agora, o número chega a 42%

    Gráfico de ações: houve aumento, mas somente 42% dos executivos e conselheiros operam 'comprados' nas ações de suas empresas
    Gráfico de ações: houve aumento, mas somente 42% dos executivos e conselheiros operam 'comprados' nas ações de suas empresas Foto: Markus Winkler/Unplash

    André Jankavski, do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Executivos estão mais confiantes de que suas empresas devem ter resultados positivos. Ao menos, para seus bolsos. De acordo com um levantamento realizado pela corretora Necton, obtido pelo CNN Brasil Business, diretores de 42% de 128 empresas de capital aberto acreditam que as ações de suas companhias vão se valorizar. Logo, têm os papéis em sua carteira de investimentos.

    Pode parecer pouco, mas é um avanço considerável em relação a junho, quando somente 31% investiam nas ações das empresas onde trabalham. Outros 40% se mantinham neutros e 29% estavam vendidos. 

    No jargão econômico, operar comprado significa que um investidor (neste caso, os executivos que comandam as empresas) aposta na valorização dos preços das ações que ele tem em mãos. Ou seja, é uma operação que demonstra confiança de que os negócios, aparentemente, têm um futuro positivo pela frente.

    Já operar vendido ocorre quando um investidor aposta na desvalorização dos papéis da empresa. Ele pode simplesmente vender a ação e embolsar o lucro (se comprou a ação com preço menor, obviamente) ou até mesmo alugar ações, vender a descoberto ou apostar em opções.

    “Essa mudança na curva mostra que as diretorias estão mais confiantes com a retomada dos valores das ações”, diz Marcel Zambello, analista da Necton e um dos responsáveis pelo levantamento que leva em consideração grupos e pessoas ligadas aos acionistas controladores, conselho de administração, diretoria executiva, conselho fiscal e órgãos técnicos ou consultivos.

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    É bom lembrar que, em junho, havia mais incertezas quanto ao avanço da pandemia no Brasil. Agora, por mais que ainda não haja uma cura ou vacina para a Covid-19, há estudos em fase final que trazem esperança de uma retomada econômica.

    Por isso, além dos 42% dos executivos comprados, há 33% diretorias “neutras” e apenas 25% “vendidas”. 

    Antever uma alta ou uma desvalorização de papéis não é fácil. Um exemplo disso é que executivos do Magazine Luiza (MGLU3) e da B2W (BTOW3) deixaram de ganhar R$ 149 milhões e R$ 22,3 milhões, respectivamente, com o avanço das ações de suas empresas. Isso aconteceu porque ambas diretorias venderam os papéis antes das fortes altas das empresas na bolsa. 

    A diretoria do Magazine Luiza vendeu os papéis por R$ 50,87, mas, na época do levantamento da Necton, custavam R$ 87,06. Já no caso da B2W, os executivos se desfizeram das ações por R$ 62,31 que alcançaram R$ 115,04 em seguida.

    “Essas empresas deixaram de ganhar com a valorização das ações, não necessariamente acreditavam que os papéis iriam subir mais”, diz Zambello.

    Há executivos, no entanto, que ganharam (e bastante) com a vendas das ações. A direção do Carrefour (CRFB3), por exemplo, teve um lucro de R$ 53,2 milhões ao comprar as ações por R$ 17,21 e vender por R$ 21,44. Após a venda, os papéis caíram 10%. 

    Mas. enquanto alguns compram e vendem ações de acordo com as altas e baixas da bolsa, há quem acredite na valorização independentemente da oscilação dos mercados. É o caso de executivos de empresas que têm integrantes das famílias fundadoras na composição acionária, como Guararapes (GUAR3), dona da Riachuelo, Grendene (GRND3) e Arezzo (ARZZ3).

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