Havan começa a vender arroz e feijão para ‘driblar’ quarentena
A marca tem acumulado ações como protestos dos funcionários nas ruas e liminares na Justiça para conseguir manter as portas abertas durante a pandemia
A rede de lojas de departamento Havan tenta encontrar maneiras para ‘driblar’ as regras de isolamento social impostas por estados e municípios. Há algumas semanas, itens de necessidade básica como arroz, feijão e macarrão ocupam algumas prateleiras dos estabelecimentos de Luciano Hang, sob o pretexto de garantir aos locais o status de serviço essencial. Sua fama, na verdade, vem da comercialização de produtos de utilidade do lar.
Desde o início do isolamento social e fechamento de grandes varejistas, como medida para conter o avanço do novo coronavírus, a marca tem acumulado ações como protestos dos funcionários nas ruas e liminares na Justiça para conseguir manter as portas abertas durante a pandemia.
Por meio de nota, no entanto, a Havan afirma que “tem no seu Cadastro Nacional de Atividade Econômica (CNAE) a categoria hipermercado, que lhe permite vender qualquer tipo de gênero alimentício. Há muitos anos, a empresa já vendia produtos importados e é uma das maiores vendedoras de chocolates no período da Páscoa.”
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Para justificar a comercialização dos novos itens, a rede se compara com outras lojas de departamento, como a britânica Harrods e a brasileira Americanas. Isso porque, as companhias mencionadas pela Havan vendem, em geral, itens considerados essenciais pelas normas do governo – garantindo, assim, que é normal lojas de departamento venderem comida.
“Estamos nos reinventando, assim como todo o comércio, e oferecendo itens de primeira necessidade, assim como álcool em gel e máscaras”, disse Luciano Hang, presidente e fundador da empresa, em nota enviada ao CNN Brasil Business.
“Cada empresa está adotando medidas diferentes para sobreviver, algumas que não tinham e-commerce, estão vendendo pela internet. E nas lojas maiores temos um departamento sazonal que estamos utilizando para a venda de alimentos”, afirma.
Pandemia x economia
Não é de hoje que a Havan e seu fundador, Luciano Hang, estão envolvidos em questões ‘polêmicas’. À época das últimas eleições presidenciais, o empresário endossou a candidatura do atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O apoio fez com que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aplicasse uma multa ao empresário, pela denúncia de coagir funcionários a votar em Bolsonaro.
Atuante político, principalmente em suas redes sociais, Hang é membro do Instituto Brasil 200, grupo de empresários que estava alinhado ao governo Bolsonaro. O jogo virou após o ex-ministro Sérgio Moro desembarcar do governo e fazer acusações ao presidente, alegando que ele não luta contra a corruçpão. Na ocasião da demissão, Luciano chamou o ex-juiz de “herói” e agradeceu por tudo que ele fez pelo país.
Agora, durante a crise sanitária provocada pela Covid-19, Luciano Hang tem sido um dos empresários críticos às medidas de isolamento social e fechamento da economia. Assim como Alexandre Guerra, da rede Giraffas, e Junior Durski, da hamburgueria Madero, que também são críticos às medidas de isolamento social, Hang tem afirmado em entrevistas e em postagens em suas redes sociais que a crise econômica matará mais que a pandemia.
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