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    Setor público tem déficit primário de R$ 131,4 bi em maio e renova recorde

    No acumulado do ano, o buraco fiscal já soma R$ 214,021 bilhões. No mesmo período do ano passado, o resultado foi superavitária em R$ 6,966 bi

    Sede do Banco Central, em Brasília (16.mai.2017)
    Sede do Banco Central, em Brasília (16.mai.2017) Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

    Anna Russi, do CNN Brasil Business, em Brasília

    O rombo fiscal das contas do setor público consolidado, que inclui os resultados do governo federal, de estados, municípios e empresas estatais, foi de R$ 131,438 bilhões em maio. O valor é o pior de todos os meses da série histórica do Banco Central, iniciada em 2001. Cerca de 10 vezes menor, o déficit das contas públicas no mesmo mês do ano passado foi de RR$ 13,008 bilhões.

    Divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira (30), os dados mostram que o valor arrecadado no mês passado não foi suficiente para cobrir as despesas. O déficit primário não inclui as despesas com juros. 

    No acumulado do ano, o buraco fiscal já soma R$ 214,021 bilhões. No mesmo período do ano passado, o resultado foi superavitária em R$ 6,966 bi. 

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    Em maio, o governo federal respondeu por R$ 72,725 bilhões do déficit. As contas de estados e municípios ficaram negativas em R$ 4,768 bilhões. Já as empresas estatais registraram superávit de R$ 422 milhões. 

    O déficit nominal das contas públicas, que inclui os valores gastos com juros, alcançou R$ 140,401 bilhões, somente em maio. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, o valor sobe para R$ 366,154 bilhões, equivalente a 12,6% do Produto Interno Bruto (PIB).

    Por incluir as despesas com juros, o resultado nominal sofre impacto direto das atuações do Banco Central na política monetária e cambial, como contratos de swap cambial e redução da taxa básica de juros, Selic, que está na mínima histórica de 2,25% ao ano. Os gastos públicos com juros somaram R$ 8,963 bilhões em abril, e já alcançaram R$ 152,133 bilhões no acumulado do ano. 

    Com o aumento dos gastos públicos por conta do combate ao vírus e a possibilidade de prorrogação de alguns programas emergenciais, a equipe econômica já fala em um déficit primário do setor público de cerca de R$ 850 bilhões até o final do ano. Em 2019, as contas do setor público consolidado tiveram o sexto ano consecutivo de déficit primário, negativo em R$ 61,87 bilhões, equivalente a 0,85% do Produto Interno Bruto (PIB). 

    Dívida renova recorde

    A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) também renovou recorde, atingindo o maior valor da série histórica. Em maio, a DBGG saltou para R$ 5,929 trilhões, representando 81,9% do PIB. O indicador serve como referência para as agências de classificação de risco, que define a atratividade de investimentos dos países. No ano passado, a dívida encerrou em R$ 5,50 trilhões. 

    Por conta do aumento dos gastos públicos, que consequentemente vão elevar o endividamento público, a equipe econômica estima que a DBGG/PIB vai subir de 75,8% para 93% em 2020, a depender do desempenho da atividade econômica. Essa previsão, no entanto, não considera as possíveis prorrogações de programas emergenciais.

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