É possível viver de dividendos? Sim, desde que siga alguns critérios
Diversificação da carteira de investimentos e renda necessária precisam ser avaliados ao optar por viver apenas com os dividendos
Uma dúvida muito comum entre os investidores é a possibilidade de se viver apenas com os dividendos recebidos de aplicações. A princípio, a resposta para essa dúvida é muito simples: sim, é possível. Mas há vários fatores que devem ser considerados.
O primeiro, segundo Luciana Ikedo, especialista em finanças e investimentos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), é a importância da diversidade da carteira de investimentos. “É importante olhar para empresas de setores estratégicos da economia, como energia e saneamento, pois, mesmo em tempos de crise, como este de pandemia que vivemos, dificilmente essas áreas serão impactadas”, afirma.
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Luciana explica que isso acontece porque gastos como de água e luz são básicos, portanto, não serão cortados. Com isso, as empresas garantem maior solidez no mercado, o que é muito positivo para os seus acionistas.
Cálculo dos rendimentos
Outro fator a ser considerado quando a pessoa pretende viver apenas dos dividendos é a renda que ela deseja ter.
“Tomando como exemplo uma base mensal de R$ 1 mil e considerando que hoje a média de dividendos pagos é de 3% ao ano, para que a pessoa tenha o retorno de R$ 12 mil por ano, é preciso que ela tenha R$ 400 mil investidos”, diz Luciana.
No entanto, esse rendimento é variável, podendo ser menor que os 3%, dependendo da empresa. Por isso, a indicação é que os futuros acionistas acompanhem relatórios divulgados pelas corretoras de investimentos e quais são as marcas que mais devolvem lucros.
Boa opção para aposentadoria
E se a ideia do investidor é garantir o futuro sem depender da previdência oficial, é importante considerar, além do setor de atuação, empresas consolidadas e que apresentam bom histórico de pagamento.
Além disso, para essa opção, é fundamental que se tenha, pelo menos, o perfil moderado de investimento. Isso porque, a experiência de investidor conta muito na hora de montar a carteira.
E Luciana não descarta que é essencial sempre ter uma reserva de emergência, sabendo que a recorrência de pagamento das empresas está sujeita às políticas internas.
“A construção da renda passiva é importante, pois é a pavimentação do futuro. Ou seja, a pessoa está assumindo o protagonismo da sua independência financeira, sem depender da previdência formal, como acontece com grande parte da população”, conclui.
O que são dividendos?
Dividendos são pagamentos periódicos que as empresas de capital aberto fazem aos seus investidores, conforme os lucros obtidos em um período e com o percentual de ações do investidor. Esse pagamento não tem uma regra específica, mas, geralmente, é feito de forma mensal, semestral ou anual.
Um dos pontos positivos deste tipo de remuneração é que, desde 1996, quando foi editada a lei nº 9.249, ele não retém imposto de renda na fonte, nem integra a base de cálculo do imposto de renda do beneficiário.
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