Medo de agulha? Técnicas prometem efeito semelhante à acupuntura sem perfuração
Estímulos de pontos associados ao sistema nervoso pode proporcionar alívio de dores e outros benefícios, dizem especialistas
Apesar de especialistas dizerem que a acupuntura, quando realizada da maneira adequada, não deve causar dor, pessoas com fobia de agulhas, ou mesmo as crianças, podem resistir ao procedimento por causa desses objetos.
Na prática, a técnica está diretamente associada às agulhas, “mas existem possibilidades de estimulação de pontos de acupuntura sem fazer o agulhamento”, explica o presidente da Associação Médica Brasileira de Acupuntura, Ruy Yukimatsu Tanigawa.
De acordo com o médico, esses pontos estão associados ao sistema nervoso. O que significa que os estímulos passam pela coluna vertebral e podem chegar até a parte cerebral — provocando a inibição ou o equilíbrio do sistema.
Tanigawa lembra ainda que a acupuntura é uma prática médica, que deve ser recomendada quando se tem um diagnóstico.
O resultado é a produção de um efeito terapêutico, “como por exemplo alívio de algumas dores, relaxamento muscular, diminuição da ansiedade e melhora do padrão de sono”, afirma o médico acupunturista André Tsai, presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA).
Embora ressaltem que, em alguns casos, o resultado da técnica que utiliza agulhas ser superior aos outros métodos, os especialistas afirmam que pode haver benefícios.
Conheça algumas das técnicas:
Digitopressão
Como o próprio nome sugere, a digitopressão consiste em pressionar com os dedos os pontos associados à acupuntura.
“Seja nas solas dos pés, conhecida como reflexologia, ou na forma de uma massagem ou manipulação miofascial”, explica Tsai.
Segundo informações do Ministério da Saúde, os pés possuem muitas terminações nervosas que, quando estimuladas, podem restaurar a comunicação com o cérebro. Dentre os benefícios estaria a melhora na circulação, a desintoxicação e o favorecimento do poder de absorção de nutrientes.
Moxabustão
Uma outra possibilidade de estímulo para os pontos habitualmente tratados pela acupuntura é o uso do calor.
“Esse calor é gerado por uma combustão de uma erva chamada Artemisia vulgaris. Essa Artemisia é preparada e transformada em um produto que serve para a combustão. Então a queima forma um tipo de brasa, uma fonte de calor, e os pontos de acupuntura podem ser estimulados através dessa combustão”, descreve Tanigawa.
De acordo com o CMBA, o método é indicado para anemia, cólicas, debilidade do estômago, diarreias, enterites, epilepsias, flatulências, gastrites, alterações da menstruação e reumatismo. Também pode ser utilizada no tratamento de doenças crônicas, como rinite, bronquite e asma, depressão, angústia, ansiedade, medo, impotência sexual e frigidez, inflamação da garganta, dor musculoesquelética, psoríase, acne e eczema.
Vale lembrar que tais doenças exigem acompanhamento médico para além das técnicas terapêuticas.
Laserterapia
No caso da laserterapia, o estímulo dos pontos de pressão é feito utilizando um laser, geralmente, de baixa potência. Segundo Tanigawa, essa técnica é bastante eficaz para substituir a acupuntura quando se tratam de pessoas com fobia a agulhas e crianças, porque “é totalmente indolor”.
Nessa modalidade, apesar dos benefícios, o especialista ressalta que os custos são um obstáculo. “Mas tem muitos casos mais simples de laser que podem auxiliar muito, principalmente na acupuntura utilizada no pavilhão auditivo, chamada auriculoterapia”.
Stiperterapia
Na stiperterapia, os pontos são estimulados utilizando pastilhas de silício Stiper, sementes, ou uma combinação de ambas as técnicas.
As partículas do elemento atuam nos pontos de dor, provocando reações no sistema neurológico e nas regiões ósseas.