SLC dispara 7% após memorando para assumir Terra Santa, que salta quase 20%
A Terra Santa pretende realizar uma reorganização societária que avaliará suas operações em R$ 550 milhões.
Os papéis da SLC Agrícola (SLCE3) avançavam cerca de 7,5% nesta sexta-feira, maior alta do Small Caps, após assinar um memorando de entendimento para assumir, por meio de incoropração de ações, as operações da Terra Santa Agro (TESA3), que assistia a seus papéis saltarem mais de 20%.
A Terra Santa pretende realizar uma reorganização societária que avaliará suas operações em R$ 550 milhões. A relação de troca irá considerar um valor líquido (equity value) de R$ 65 milhões, sendo o remanescente equivalente a assunção de dívida e/ou caixa.
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Considerando a atual intenção de área de plantio para a safra 2020/21 divulgada pela Terra Santa, a SLC acredita que há potencial para incremento de aproximadamente 130 mil hectares em sua área de plantio.
Por volta de 135, as ações da SLC valorizavam-se 7,22%, a R$ 27,32, enquanto o índice Small Caps subia 0,24%. Os papéis da Terra Santa saltavam 22,7%, a R$ 23.
“Se bem sucedida, a SLC entregará cinco anos de aumento de área plantada em apenas um, o que é impressionante na nossa visão”, afirmam os analistas do Credit Suisse, citando que isso representaria um aumento de 27,6% na área da SLC em 202122.
Os analistas avaliaram ainda que a alavancagem da companhia não deve ser um problema após a transação, ficando perto de 1,24 vez a dívida líquida/Ebitda.
Victor Saragiotto e Felipe Vieira afirmam que a SLC assumirá R$ 485 milhões em dívidas, pagará R$ 65 milhões em ‘equity’, com 2,5 milhões de ações da SLC, avaliadas em R$ 25,83 cada (média dos últimos 60 dias).
Eles ressaltam que a transação mostra a capacidade da SLC de encontrar bons ativos, em um momento em que é dificil encontrar terras na melhor região para produzir grãos do país, e quão bem preparada está para absorvê-las em seu portfólio, segundo relatório a clientes.
A Terra Santa possui suas fazendas em Mato Grosso, maior produtor de grãos e oleaginosas do país.
“O momento do segmento parece excepcional. Estamos convictos que a temporada 2020/21 deverá ser a melhor da história, se as condições meteorológicas não surpreenderem pelo lado negativo, o que não é o nosso cenário base”, projetam os analistas
“A maior rentabilidade vai levar ao aumento do preço dos terrenos, a nosso ver, e isso parece estar totalmente fora do radar dos investidores”, reforça a equipe do Credit Suisse, reiterando a recomendação ‘outperform’ para as ações da SLC, com preço-alvo de R$ 27,50.
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