Conservadores questionam Papa sobre mulheres e LGBTQIA+ antes de encontro no Vaticano
Cardeais da Ásia, Europa, África, Estados Unidos e América Latina disseram, nesta segunda-feira (2), que enviaram ao pontífice um conjunto de perguntas formais, conhecidas como “dubia”
Membros conservadores da Igreja Católica fizeram uma série de questionamentos ao papa Francisco antes de um encontro pelo Sínodo dos Bispos, no Vaticano. Cinco cardeais exigiram esclarecimentos sobre casais do mesmo sexo e outras questões, e um grupo de mulheres alegou que apenas os homens deveriam votar na convenção.
Cardeais da Ásia, Europa, África, Estados Unidos e América Latina disseram, nesta segunda-feira (2), que enviaram ao pontífice um conjunto de perguntas formais, conhecidas como “dubia” (“dúvidas”, em latim), a respeito do encontro.
Em uma carta aberta aos católicos, eles anunciaram os seus questionamentos “para que não estejam sujeitos à confusão, ao erro e ao desânimo, mas antes possam rezar pela Igreja universal”.
A ação foi o mais recente confronto entre o papa e a minoria conservadora da Igreja, que o tem acusado de minar uma série de preceitos tradicionais.
Os líderes católicos têm se preparado para a reunião durante os últimos dois anos, pedindo aos membros de todo o mundo que partilhem a sua visão para o futuro da Igreja no Sínodo.
Os tópicos incluirão o papel das mulheres, maior aceitação dos católicos LGBTQIA+, justiça social e os efeitos das mudanças climáticas sobre os pobres.
No encontro, cerca de 365 integrantes, incluindo cardeais, bispos, leigos e, pela primeira vez, mulheres votarão nas propostas.
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As discussões decorrerão durante este mês e serão retomadas em outubro de 2024. Um documento papal se seguirá, muito provavelmente em 2025, o que significa que mudanças no ensinamento da Igreja, se houver, ainda estão muito distantes.
Os cinco cardeais — todos conhecidos críticos do Papa, com idades entre 75 e 90 anos, e que não ocupam mais nenhum cargo importante — são Raymond Burke, dos Estados Unidos, Walter Brandmueller, da Alemanha, Joseph Zen, de Hong Kong, Robert Sarah, de Guiné, e Juan Sandoval Íñiquez, do México.
Há 242 cardeais no catolicismo, e não ficou claro se os cinco pediram a adesão de outros. Conhecido crítico de Francisco, o cardeal alemão Gerhard Mueller não estava entre os signatários.