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    Paulo Guedes precisa dar uma ‘promoção’ ao Tesouro Nacional

    Com o novo Ministério da Economia, o Tesouro Nacional acabou ficando sob a pasta da Secretaria da Fazenda – e ele precisa ser promovido na hierarquia

    Thais Herédiada CNN

    A cadeira de um Secretário do Tesouro Nacional nunca foi tão debatida, muito menos “fez preço” no mercado financeiro como agora. A saída de Mansueto de Almeida espalhou um medo de abandono da agenda de ajuste fiscal e responsabilidade com as contas públicas.

    A chegada de Bruno Funchal, escolhido para assumir o posto, demanda uma sinalização de força e institucionalidade da pasta, já que Funchal não tem a musculatura política que Mansueto desenvolveu nos últimos anos, em embates diretos com Congresso Nacional. 

    O nome de Funchal foi bem recebido entre investidores pelo seu perfil técnico e com histórico de ter feito o ajuste fiscal mais bem sucedido do país no Espírito Santo, quando foi secretário da Fazenda no governo de Paulo Hartung. “Ele tem todos os atributos técnicos para ter sucesso, além de ser um fiscalista”, disse à coluna uma pessoa muito próxima ao futuro secretário. 

    Mesmo com esta aprovação, Funchal vai precisar de uma armadura real para lidar com a crescente demanda por mais gastos e afrouxamento das regras fiscais. “O ajuste fiscal está na Constituição”, disse Mansueto em entrevista exclusiva à CNN. “Isto tem que ser mais importante do que quem vai ocupar a cadeira do Tesouro”, emendou. É isso, mas não é só isso. 

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    O consenso mais obvio sobre esta proteção do cofre público são declarações do ministro da Paulo Guedes e do presidente Bolsonaro fortalecendo o compromisso com a responsabilidade com os gastos. É isso também, mas tem mais. A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) precisa ser promovida na hierarquia pública. 

    Com a formação do novo Ministério da Economia, a STN acabou caindo um nível ficando sob a pasta da Secretaria da Fazenda. Apareceu um chefe entre o tesoureiro e o ministro, coisa que não existia antes. Aqui não há juízo de valor sobre a competência do secretário da Fazenda, o “chefe” do Tesouro, Waldery Rodrigues. É uma decisão de institucionalidade. 

    Promover o Tesouro Nacional será a forte armadura que Bruno Funchal precisará para arrumar o país no pós-pandemia. A tarefa de dizer “não” em tempos de crise fica mais complexa e, ao mesmo tempo, necessária. Quando a farinha é escassa, não dá para desperdiçar usando para untar a forma. 

    Bruno Funchal precisa arrastar sua cadeira para ao lado do ministro Paulo Guedes, sentando-se bem perto dele que, por sua vez, terá que repetir incansavelmente o compromisso com responsabilidade fiscal. Será um ajuste sem custo mas com enorme benefício já que, além de tonificar a musculatura do novo secretário, ela desfaz um pouco da personificação que a pasta ganhou com Mansueto de Almeida, e que se repete em tantas outras cadeiras públicas do Brasil.

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