Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Renda Cidadã pode trazer de volta “contabilidade criativa”, diz Felipe Salto

    Salto também se mostrou preocupado com o uso do Fundeb para o financiamento do novo programa social

    Da CNN, em São Paulo

    O anúncio do Renda Cidadã, novo programa social do governo, veio com questões de como será seu financiamento. Membros da base aliada afirmam que o dinheiro de precatórios e parte do Fundeb serão usados para criar o novo projeto. Para Felipe Salto, economista e diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado Federal, a medida pode indicar uma volta à era da “contabilidade criativa” no Brasil.

    “O governo anunciou que o Renda Cidadã será pago com a postergação de parte do pagamento de precatórios, que são decisões da Justiça nas quais a União tem que pagar credores. A dívida é de R$ 55 bilhões e o relator propôs que o governo pague apenas 12% desse montante – R$ 16 bilhões – deixando de pagar R$ 39 bilhões. O mercado reagiu mal a isso e caiu após o anúncio porque o governo indicou que pretende não pagar despesas obrigatórias com terceiros,” disse Salto.

    Leia também

    Não se mexe em teto nem carga tributária para Renda Cidadã, diz líder do governo

    Governo não tem votos suficientes para aprovar reforma tributária

    Renda Cidadã: programa vai cumprir teto de gastos e será criado via PEC

    Felipe Salto, economista e diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente
    Felipe Salto, economista e diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI)
    Foto: CNN Brasil

    “O Brasil viveu de 2008 até 2014 o período da contabilidade criativa. O risco de isso acontecer com o teto de gastos é maior nesse contexto de buscar subterfúgios que não representam nem aumento de receitas nem corte de gasto.”

    Salto também se mostrou preocupado com o uso do Fundeb, cujos recursos não contam para o teto de gastos, se usado como uma maneira de aumentar gastos públicos sem afetar o equilíbrio fiscal.

    “O drible ao teto é muito evidente. Enquanto a medida dos precatórios tenta empurrar as despesas com a barriga, o uso do Fundeb para despesas sociais pode criar um carimbo para gastos acima do teto.”

    (Edição de Diego Freire)