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    Petrobras anuncia alta de 6% na gasolina, que chega ao maior valor desde janeiro

    O combustível tem a segunda alta consecutiva, depois de uma redução promovida no final de julho

    Refinaria da Petrobras em Canoas (RS) 02/05/2019REUTERS/Diego Vara
    Refinaria da Petrobras em Canoas (RS) 02/05/2019REUTERS/Diego Vara Foto: Reuters/Diego Vara

    Rodrigo Viga Gaier e Gabriel Araujo, da Reuters

    A Petrobras (PETR4) informou nesta quinta-feira (20) que vai aumentar os preços médios do diesel em 5%, ao maior nível desde fevereiro, e os da gasolina em 6%, para patamar não visto desde janeiro, em momento de retomada no consumo e de firme alta do dólar frente ao real.

    O reajuste do diesel nas refinarias da estatal a partir de sexta-feira é o sétimo aumento seguido no preço do combustível mais consumido do Brasil, cujo valor já havia avançado em 2% na semana passada e vem em trajetória de alta desde maio.

    A gasolina, por sua vez, tem a segunda alta consecutiva, depois de uma redução promovida no final de julho – antes disso, porém, o combustível havia passado por nove reajustes para cima em sequência.

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    Segundo dados compilados pela Reuters, o preço médio do diesel nas refinarias da Petrobras passa a ser de R$ 1,8203 por litro, maior nível desde o final de fevereiro. Apesar de distante das mínimas vistas em abril e maio, quando o consumo foi fortemente impactado pelas medidas de isolamento social relacionadas à pandemia de coronavírus, o diesel ainda acumula queda de 22,3% no ano.

    Já o valor médio da gasolina avança para R$ 1,8246 por litro, ainda de acordo com números da Petrobras compilados pela Reuters, atingindo o mais alto nível desde janeiro. O combustível, que nas mínimas do ano chegou a custar menos de R$ 1 por litro nas refinarias, acumula recuo de 4,8% em 2020.

    Além do aumento do consumo que tem acompanhado a flexibilização das medidas de quarentena no país recentemente, o valor do definido pela Petrobras para os combustíveis também segue a paridade de importação, que é influenciada por fatores como o preço do petróleo no mercado internacional e as cotações do dólar.

    Neste mês, a moeda norte-americana acumula ganho de mais de 7% frente ao real, tendo chegado a ultrapassar a marca de R$ 5,65 nesta quinta-feira, em meio a preocupações com o cenário fiscal do Brasil e incertezas políticas.

    Já o petróleo Brent tem operado em torno dos 45 dólares por barril e acumula ganho de cerca de 3,5% em agosto. Nas mínimas do ano, o valor de referência internacional da commodity chegou à casa de 16 dólares o barril.

    “Quanto a esse aumento específico (dos combustíveis), ele é totalmente em linha com o que nós vimos, especialmente na semana passada, nesse platô de preços em que o Brent está… Esse movimento de hoje a gente entende como perfeitamente justificado”, disse Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.

    Ele acredita, porém, que a sinalização da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de que o avanço da demanda pela commodity está aquém do esperado, a despeito de dados que mostram uma melhora, “pode restringir a ocorrência ou o tamanho do choque de um possível movimento futuro” da Petrobras nos preços.

    O repasse dos reajustes nas refinarias aos consumidores finais nos postos, no entanto, não é garantido, e depende de uma série de questões, como margem da distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de etanol anidro.

    Os preços médios da gasolina e do diesel nos postos brasileiros subiram na semana passada, no 12° aumento semanal consecutivo, segundo dados da reguladora ANP, enquanto o etanol também avançou pela segunda semana seguida.

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