Mourão: ‘Verdade e trabalho’ responderão investidores que criticam desmatamento
Nesta quarta, 27 entidades que administram patrimônio de cerca de US$ 3 trilhões ameaçaram retirar recursos do Brasil caso a crise ambiental não seja controlada
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) respondeu nesta quarta-feira (24) uma carta de 27 grandes instituições internacionais de investimento, que ameaçaram retirar recursos do Brasil se não for reduzido o risco de desmatamento no país. Os fundos gerenciam cerca de US$ 3 trilhões ao redor do mundo e a possibilidade de penalização é vista com preocupação no setor financeiro brasileiro.
“O Brasil responderá com a verdade e com trabalho responsável em prol da proteção e preservação da Amazônia”, disse Mourão ao jornal O Estado de S.Paulo. Ele também é o presidente do Conselho da Amazônia, recriado neste ano pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A carta foi enviada pelas instituições às embaixadas brasileiras. O Ministério das Relações Exteriores confirmou o recebimento do documento e afirmou que está “examinando o tema”.
Nesta semana, em entrevista à CNN, Mourão admitiu que o desmatamento ilegal está em alta na Amazônia. “Essa questão do desmatamento ilegal é algo que extrapolou realmente, nós temos que reconhecer”, disse o vice-presidente.
Assista e leia também:
Kátia Abreu: agricultura alcançou boa imagem lá fora, hoje tudo caiu por terra
Brasil deve organizar e divulgar melhor agenda ambiental e social, diz Tesouro
Ele afirmou que a meta do Conselho da Amazônia é reverter os índices de queimadas e superar uma dificuldade que, diz, é orçamentária. Com a recriação do conselho, o vice-presidente assumiu parte das funções antes delegadas ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Na entrevista, o vice afirmou que “esse ano, nós começamos atrasados em relação ao desmatamento”.
“Tínhamos que estar desde o ano passado com operações mais intensas. A minha visão, para o segundo semestre desse ano, é que as queimadas que acontecem naturalmente estejam nas mínimas históricas e não em um patamar mais elevado, como foi o ano passado”, disse Mourão.