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    Do álcool em gel às tinturas de cabelo: compras mudam semanalmente na quarentena

    Depois dos produtos de higiene e do fermento biológico, chegou a vez dos cuidados com o cabelo

    Alicia Wallace , Do CNN Business

    Primeiro foram o álcool em gel, desinfetantes e papel higiênico. Agora, tinturas e máquinas de cortar cabelo estão voando das prateleiras. Nas últimas semanas, o padrão de compras dos norte-americanos está mostrando como a pandemia do novo coronavírus continua evoluindo e afetando nossas vidas.

    “Você consegue ver, através das compras, que as pessoas ficaram em casa e por isso seu foco mudou”, disse Doug McMillon, CEO do Walmart, em entrevista ao Today Show na última sexta-feira (10).

    Depois de estocar comida e produtos consumíveis, consumidores se viraram para quebra-cabeças, jogos e qualquer outra forma de entretenimento, assim como educação, disse. Agora, as vendas estão mostrando que –sem a possibilidade de se deslocar até um salão de beleza– as pessoas estão ficando cabeludas.

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    “As pessoas estão começando a precisar de cortes de cabelo”, disse McMillon. “Agora estamos vendo uma maior saída de máquinas de barbear, tinturas de cabelo. É interessante como essa dinâmica ocorre.”

    Veja como os padrões de compras mudaram ao longo das últimas semanas:

    Semana 1: álcool em gel, sabonetes e desinfetantes

    A primeira onda de aumento de compras mostrou que os consumidores estavam comprando maneiras de se proteger enquanto o vírus se espalhava pelos Estados Unidos –máscaras, produtos de limpeza e higienizadores de mãos. 

    Durante a semana que acabou em 7 de março, as vendas de álcool em gel catapultaram 470% em relação ao ano anterior, de acordo com dados da consultoria de mercado Nielsen. Desinfetantes em aerosol também cresceram bastante, 385%. Consumidores se comportaram como se estivessem se preparando para uma grande tempestade. 

    “Estamos trabalhando para manter nossas prateleiras cheias da mesma forma que acontece quando vai ocorrer uma nevasca e a população sabe que pode ficar presa em casa”, disse Andrea Karns, vice-presidente de vendas e marketing da Karns Foods, uma rede familiar de nove lojas na Pensilvânia, ao CNN Business no início de março.

    Semana 2: papel higiênico

    Depois, numa onda de compras que deixou muita gente perplexa e serviu de inspiração para vários memes sobre a COVID-19, consumidores passaram a acumular grandes quantidades de papel higiênico. As compras de pânico atingiram um novo nível, que causou vários problemas na oferta do produto.

    “A maioria das nossas máquinas já estão funcionando 24 horas por dia, sete dias por semana. Estão trabalhando na capacidade máxima”, afirmou ao CNN Business Tom Sellars, CEO da Sellars Absorbent Materials, uma produtora de papel higiênico baseada em Milwaukee, Wisconsin. “Não é como se tivéssemos alguma máquina ociosa para ligar e aumentar a produção.”

    Dados da Nielsen apontavam que a venda de produtos como papel toalha, lenço de papel e papel higiênico havia aumentado três dígitos durante a semana que acabou no dia 14 de março. Na mesma semana, desinfetantes em aerosol tiveram um pico de vendas de 519%.

    Semanas 3 e 4: pernil e fermento biológico

    Com as pessoas já assentadas em casa, os norte-americanos foram para a cozinha. Durante as semanas que terminaram nos dias 21 e 28 de março, as vendas de fermento biológico aumentaram mais do que qualquer outro bem de consumo embalado, 647% e 457%, respectivamente, em relação a 2019. O pernil de porco também teve bastante saída, com as compras aumentando 622% e 413% no mesmo período, de acordo com a Nielsen.

    Produtores de farinha e fermento dizem que não há escassez no fornecimento dos seus produtos. Só estão tentando acompanhar, assim como outras áreas, o crescimento repentino na demanda. “Vai levar um tempo para a cadeia produtiva reagir a este aumento de demanda tão grande num período tão curto de tempo”, disse Sherri Merrill, gerente de compras da Bob’s Red Mill, à Quartz.

    Semana 5: máquinas de cortar cabelo e tinturas em ascensão

    O pernil ainda era o rei durante a semana que acabou no dia 4 de abril, muito por conta da páscoa, mas dados da Nielsen mostraram que os consumidores estavam começando a gravitar para produtos para cuidar de suas jubas.

    Vendas de máquina de cortar cabelo aumentaram 166% e tinturas de cabelo cresceram 23% em relação ao mesmo período no ano passado, de acordo com a Nielsen. Os norte-americanos se tornaram barbeiros e cabeleireiros caseiros, já que os salões de beleza fecharam provisóriamente em todo país para manter o distanciamento social.

    Monique Campbell, proprietária do salão Endless Extensions, em Dallas, disse a um veículo local que fechar seu negócio é estressante, mas que entende a situação. “Pedir para uma cabeleireira ir até você ou você ir até ela é um grande risco”, disse. “Não quero me colocar em perigo só para deixar o cabelo de alguém bonito”, afirma.

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