Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Usiminas, Klabin, Cogna: confira as maiores altas e quedas do Ibovespa em agosto

    O principal índice da bolsa brasileira fechou o mês com uma desvalorização de 3,4%, em relação ao fechamento de 31 de julho

    André Jankavski e Leonardo Guimarães, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Pela primeira vez desde março, o Ibovespa teve queda. O principal índice da bolsa brasileira fechou o mês com uma desvalorização de 3,4%, em relação ao fechamento de 31 de julho. Pior: perdeu os 100.000 pontos ao encerrar o dia aos 99.369 pontos. Obviamente, a cena política continua trazendo muita volatilidade para a bolsa.

    Entre os principais acontecimentos do mês estão as saídas de secretários importantes do Ministério da Economia, como Salim Mattar e Paulo Uebel, e o processo de fritura que o ministro Paulo Guedes vinha sofrendo. A manutenção (ou queda) do teto de gastos também pautou boa parte dos investimentos neste mês.

    Leia também:
    Lucro das empresas de capital aberto cai 82% no segundo trimestre
    Ações de Tesla e Apple ficam mais ‘acessíveis’ e disparam; entenda

    “O Ibovespa descolou do movimento externo por causa dos fatores de incerteza quanto à política fiscal e isso deve continuar em setembro”, diz Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos.

    A Nasdaq, que reúne as ações das maiores empresas de tecnologia do mundo, liderou os ganhos no mês de agosto, com uma alta de 11%. Já o S&P 500 teve uma alta forte, mas um pouco mais modesta: 7,2% – o suficiente para registrar o melhor agosto em mais de três décadas. O Dow Jones, por sua vez, teve valorização de 7,6%.

    Maiores altas

    Porém, mesmo com o mês não muito bom para a média, algumas empresas se destacaram bastante na bolsa em agosto.

    A que teve a maior valorização dentro do Ibovespa foi a siderúrgica Usiminas (USIM5). A empresa, inclusive, conseguiu recuperar o patamar pré-pandemia, mas ainda não alcançou as máximas de janeiro.

    Entre os fatores que ajudaram a empresa estão o aumento dos preços do aço e um balanço trimestral em linha com o que o mercado esperava – prejuízo de R$ 395 milhões no segundo trimestre.  

    A segunda com maior valorização, foi a Klabin (KLBN11), maior produtora e exportadora de papéis do Brasil. A empresa divulgou resultado do segundo trimestre no início do mês e teve uma redução de cerca de 90% em seu prejuízo: de R$ 3,1 bilhões, no segundo trimestre, as perdas caíram para R$ 383 milhões. Além disso, a companhia teve o maior Ebitda trimestral da sua história, a R$ 1,3 bilhão.

    Fechando as maiores altas no Ibovespa, estão CSN (CSNA3), Hering (HGTX3) e Marfrig (MRFG3), com valorizações de 24,1%, 23,6% e 23,5%, repectivamente.

    A maior alta de todas, no entanto, ficou com a Linx (LINX3). A empresa, que não está no Ibovespa, é desejada por gigantes da tecnologia, como a Stone, de meios de pagamento, e a Totvs. Isso fez com que os seus papéis dessem um salto de 34,6% no mês.

    Destaques negativos

    Educação performou bem mal em agosto. Das cinco que tiveram maior desvalorização, a Cogna (COGN3) obteve o pior resultado, com queda de 31,2% e Yduqs (YDUQ3) teve a terceira pior queda, com 20,5%. Os resultados das duas empresas decepcionaram os investidores.

    A Cogna teve um prejuízo ajustado de R$ 140 milhões no segundo trimestre. A companhia que reúne as marcas Kroton, Vasta, Saber e Platos sofreu com inadimplência e evasão de alunos.

    Depois da queda generalizada em março, as ações da Cogna tiveram um ritmo forte de recuperação. Por isso, muitos investidores apostaram em opções de compra (call) do papel e se deram mal.

    Nem mesmo o IPO de seu braço de educação à distância, a Vasta, na Nasdaq foi capaz de animar os investidores. No mesmo dia da estreia na bolsa norte-americana, as ações da Cogna desabaram 12,47%.

    Já a Yduqs teve prejuízo de R$ 79,5 milhões e uma queda de 67,5% em seu Ebitda, a R$ 111 milhões. Para piorar, até mesmo o ticket médio da empresa caiu 13%.

    E o fator governo prejudicou a segunda colocada em desvalorização: a Sabesp (SBSP3). A queda de 21,5% foi causada, especialmente, por causa do aceno do governador João Doria de que não haveria uma privatização, mas uma capitalização – mesmo com a aprovação do marco do saneamento. Ou seja, o estado deve continuar como dono de boa parte da estatal.

    Completando as maiores quedas estão a empresa de meios de pagamento Cielo (CIEL3) e a seguradora SulAmérica (SULA11), com queda de 15% e 14,8%, respectivamente.

    O que esperar de setembro?

    O mês de setembro trará temas importantes para o restante do ano, o que pode trazer uma alta volatilidade do índice e da bolsa. Logo nessa terça-feira (1º), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística apresentará os resultados da economia brasileira no segundo trimestre, exatamente aquele que foi o mais atingido pela pandemia.

    O Boletim Focus já tem diminuído, semana a semana, o tamanho do rombo na economia brasileira. Nesta segunda (31), o mercado estimou uma queda de 5,46% (a nona semana seguida com melhora da projeção). Então, os resultados do segundo trimestre serão fundamentais para que esses números deixem de ser tão ruins.

    Além disso, é esperado que, finalmente, o governo envie a sua proposta de reforma tributária para o Congresso. Por enquanto, tudo o que foi apresentado pelo Ministério da Economia foi muito tímido, segundo economistas.

    “A peça completa da reforma tributária terá um grande efeito na bolsa em setembro. Ainda mais se houver um trâmite mais acelerado, poderá ser bastante benéfico para o Ibovespa”, diz Carvalho, do Toro.

    Clique aqui para acessar a página do CNN Business no Facebook

    Tópicos