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    Startup apoiada por Amazon e Gates quer salvar o planeta com motor inteligente

    Empresa quer substituir motores antiquados e gastadores de energia por um motor inteligente, que usa só uma fração da energia

    Por Matt Egan, CNN Business

     

    Nova York (CNN Business) – A Turntide Technologies está em uma missão para salvar o planeta trocando motor por motor.

    Armada com uma injeção de dinheiro da Amazon, de Bill Gates e do ator Robert Downey Jr., a startup quer substituir os motores antiquados e gastadores de energia usados para alimentar geladeiras, sistemas de climatização e carros, por um motor inteligente, que usa só uma fração da energia.

    Os motores com aprendizado de máquina da Turntide já estão sendo usados para reduzir as pegadas de carbono (e as contas de energia) de edifícios de propriedade da BMW, da imobiliária comercial JLL, da rede de lanchonetes Five Guys e dos sistemas de resfriamento em produtores de gado leiteiro.

     

    O objetivo ambicioso, talvez irreal, é atualizar todos os motores do mundo, uma tarefa hercúlea que, segundo a empresa, eliminaria um quarto das emissões de carbono do planeta.

    “Estamos tentando construir uma empresa enorme, capaz de mudar o mundo e estar à altura dos grandes”, disse o CEO da Turntide, Ryan Morris, ao CNN Business.

    Alguns desses grandes estão jogando seu peso na Turntide: a startup anunciou recentemente um investimento de US$ 80 milhões (cerca de R$ 451 milhões) liderado pelo Breakthrough Energy Ventures, o fundo de Bill Gates e parceiros que visa ajudar o planeta a atingir zero emissões de carbono por meio da inovação.

    Mas, diferentemente de algumas outras startups apoiadas por Gates que estão tentando reduzir o fornecimento de combustíveis fósseis que emitem carbono, a Turntide está diretamente focada no lado da demanda da equação. Ou seja, no uso da energia pelos motores.

    “Vemos um grande potencial para sua tecnologia e acreditamos que, uma vez amplamente adotada, ela terá um papel crítico na redução do consumo de eletricidade globalmente”, declarou Carmichael Roberts, líder de negócios do comitê de investimentos da Breakthrough, ao CNN Business.

    Amazon usa o motor para reduzir pegada

    Responsáveis por alimentar tudo, de carros a sistemas de aquecimento em prédios de escritórios, os motores elétricos são cruciais nessa equação. Eles são responsáveis por mais de 40% do consumo global de eletricidade, de acordo com a Agência Internacional de Energia.

    O problema é que eles usam uma tecnologia centenária. A Turntide diz que está aplicando avanços em software, aprendizado de máquina e eletrônica para projetar e controlar motores que são muito mais eficientes.

    “O primeiro motor mudou o mundo. Este pode ajudar a salvá-lo”, afirma o título de um vídeo no YouTube que explica sua tecnologia.

    A Turntide diz que empresas que reformaram seus motores antigos com seu modelo inteligente reduziram o consumo de energia de aquecimento e resfriamento em uma média de 64%.

    A Amazon é um desses clientes. Além de implantar o sistema de motor inteligente da Turntide em suas próprias instalações, a gigante do ecommerce também investiu na ideia por meio de seu fundo Amazon Climate Pledge.

    “A Amazon está posicionada de maneira única para ajudar empresas como a Turntide Technologies a superar os desafios de crescimento não apenas por meio dos investimentos do Climate Pledge Fund, mas também ao se tornar sua cliente”, disse Matt Peterson, diretor de novas iniciativas de desenvolvimento corporativo do fundo.

    Mundo do VC ‘queimado’

    Morris, o CEO da Turntide, disse que tem sido “muito bom” receber o apoio de investidores proeminentes como Gates, Amazon e Downey’s Footprint Coalition Ventures, do ator de “Homem de Ferro”.

    “Isso certamente combina com a escala do problema que estamos tentando resolver. Não é só o capital, e sim os sócios que nos ajudam a entrar em novos mercados. Além disso, obter clientes iniciais como referências é extremamente crítico”.

    A Turntide diz que, ao todo, já arrecadou US$ 180 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) em financiamento. Para Morris, o apetite dos investidores por soluções de energia limpa, especialmente as de hardware, mudou drasticamente.

    Ele credita o imenso sucesso da Tesla e o impulso de sustentabilidade de líderes como a investidora BlackRock, de Larry Fink, por ajudar os investidores a superar as falhas nos investimentos em tecnologia limpa feitos na época da Grande Recessão, no começo da década passada.

    “O mundo dos fundos de venture capital (VC) se queimou e ficou escaldado pela tecnologia limpa 1.0”, disse Morris. “Nos últimos seis meses, o mercado de capitais realmente despertou para as oportunidades da tecnologia limpa 2.0”.

    O momento foi fundamental para a Turntide, empresa fundada em 2013 e que precisava de mais capital para alimentar seu próximo nível de crescimento.

    “A parte de financiamento foi extremamente desafiadora para toda a nossa história, até muito recentemente”, disse Morris. “Foi como cruzar o deserto. Conseguimos passar por isso, enquanto outros falharam”.

    De vacas para EVs

    No entanto, mesmo com o investimento para garantir sua sobrevivência, a Turntide agora precisa crescer drasticamente. É o maior obstáculo que a startup encara hoje.

    “A empresa enfrentará os obstáculos habituais de desenvolvimento de tecnologia”, opinou Roberts, o executivo que faz parte do comitê de investimentos do fundo Gates, “bem como os desafios de implantação em escala. No entanto, sentimos que a tecnologia e os benefícios que ela pode oferecer mostram um caminho para o sucesso”.

    O foco inicial é a atualização dos motores de climatização (ou HVAC) usados para a climatização de prédios comerciais e a reforma dos sistemas usados para manter as vacas resfriadas nas fazendas de gado leiteiro.

    “É muito importante para a produção de leite manter as vacas muito felizes”, contou Morris.

    O empresário disse que a Turntide planeja anunciar em breve uma solução para veículos elétricos, após uma onda de contratações no espaço de EVs no ano passado.

    “Já passamos do ponto de questionar se algo funciona ou não. Não há barreiras fundamentais que precisamos superar. A questão agora é como dimensionar nosso impacto mundo afora”.

    (Texto traduzido. Clique aqui para ler o original em inglês).

     

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