Banco Central vai criar nova linha de crédito sustentável
Diretora do BC diz que ação tem o objetivo de responder a mais uma transformação estrutural na economia, em paralelo à agenda de mudanças tecnológicas
Em um momento em que há desconfiança dos investidores internacionais em relação ao compromisso do Brasil com a sustentabilidade e preservação ambiental, o Banco Central (BC) lançou, nesta terça-feira (8), uma agenda financeira sustentável. Entre as ações, está a criação,até dezembro de 2021, de uma linha de crédito com incentivo a ativos sustentáveis.
“Essa linha seria um instrumento sistêmico de provisão de liquidez e estamos desenvolvendo estudos internamente, para determinar os parâmetros e as métricas”, diz Fernanda Nechio, diretora de assuntos internacionaios e de gestão de riscos corporativos do BC. “Com isso, determinaremos a elegibilidade e como implementaremos essa linha financeira de liquidez.”
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Outra medida é a inclusão de critérios de sustentabilidade na gestão das reservas internacionais, bem como na seleção de investimentos. Atualmente, a maior parte dos ativos estrangeiros do Banco Central são norte-americanos.
Nechio explicou que a nova dimensão sustentabilidade do BC tem o objetivo de responder a mais uma transformação estrutural na economia, em paralelo à agenda de mudanças tecnológicas.
“Tais eventos (climáticos) vêm acompanhados de alterações nas principais variáveis econômicas no horizonte relevante para a política monetária, além de trazerem riscos significativos para o sistema financeiro”, explicou.
“Choques climáticos – incêndios, secas, enchentes, temperaturas extremas – afetam preços relativos na economia e, portanto, podem ter impactos sobre nossas decisões de política monetária.”
Serão feitas ainda medidas de estruturação e ampliação da coleta de informações sobre riscos socioambientais (RSA), como a automatização do cruzamento de dados de exposições com informações públicas relacionadas o RSA.
Além disso, serão incorporados cenários de riscos climáticos em novos testes de estresse do BC.
Na regulação, o BC vai aprimorar regras que já existem para as instituições financeiras, incluindo, por exemplo, o conceito de risco climático e dos requisitos aplicáveis a todos os tipos de risco.
A agenda prevê ainda a criação de um Bureau Verde do crédito rural, visando incentivar o crédito rural verde, com aumento de até 20% nos limites de contratação para operações do crédito rural que reúnam características de sustentabilidade.
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