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    Falta ou alto custo de insumos atinge metade da indústria da construção, diz CNI

    No ranking dos problemas listados pelos executivos da construção aparecem na sequência a elevada carga tributária (26,8%) e a burocracia excessiva (24,1%)

    Por Eduardo Rodrigues, do Estadão Conteúdo

    Mais da metade da indústria da construção sofreu com a falta de materiais ou o alto custo dos insumos no último trimestre de 2020, de acordo com sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Após o pior momento da recessão causada pela pandemia de covid-19, a dificuldade em obter materiais já ocupava o topo dos problemas do setor no terceiro trimestre do ano.

    Mas a quantidade de firmas que relataram passar por isso aumentou de 39,2% para 50,8% no quarto trimestre. No ranking dos problemas listados pelos executivos da construção aparecem na sequência a elevada carga tributária (26,8%), a burocracia excessiva (24,1%) e a fraca demanda interna (23,9%).

    A falta de capital de giro (17,3%) e a inadimplência dos clientes (14,1%) também são apontadas por parte considerável das empresas. Como é usual para o último mês de cada ano, a atividade na indústria da construção recuou em dezembro.

    Em uma escala na qual valores abaixo dos 50 pontos indicam retração, a produção no setor ficou em 46,3 pontos, um resultado um pouco melhor que os 45,8 pontos de dezembro de 2019. Da mesma forma, o indicador de nível de emprego no setor ficou em 46,9 pontos, sinalizando demissões.

    Ainda assim, o desempenho foi melhor que o da média histórica desse índice, de 44,1 pontos. Apesar da esperada redução na produção e no emprego da indústria da construção no fim do ano, a Utilização da Capacidade Operacional (UCO) em dezembro permaneceu no maior patamar para o mês desde 2014.

    Em relação a novembro, houve um ligeiro recuo de 63% para 62%. Mesmo com resultados melhores que os usuais para dezembro, o Índice de Confiança do Empresário Industrial do setor (ICEI-Construção) caiu 3,2 pontos em janeiro, para 56,9 pontos.

    De acordo com a CNI, a queda do indicador no começo deste ano reflete a deterioração da percepção da indústria da construção sobre as condições atuais da economia brasileira.

    Por outro lado, os índices de expectativas do setor melhoraram em janeiro. O indicador sobre nível de atividade passou de 55,5 pontos para 57,1 pontos. A expectativa de compra de matérias primas passou de 54,5 pontos para 57,0 pontos. A perspectiva de novas contratações passou de 54,6 pontos para 55,1 pontos.