Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Saudade do cinema? Nos EUA, você pode alugar uma sala a partir de US$ 99

    Para conseguir receita durante a pandemia, empresas donas de cinema têm alugado a sala por um valor abaixo do cobrado antes da crise do novo coronavírus

    Frank Pallotta, do CNN Business

    O ano de 2020 está sendo difícil para os fãs de cinema: muitos filmes de sucesso foram adiados, os cinemas ficaram fechados por meses e mesmo agora, frequentar as salas recém-reabertas (pelo menos nos EUA) exige aceitar um certo grau de risco.

    Tem sido ainda pior para os donos das salas de cinema, que perderam milhões em receita após fechar as catracas naquela que seria normalmente a temporada de maior movimento.

    No entanto, alguns cinemas encontraram uma tábua de salvação nas exibições privadas, tornando os aluguéis mais acessíveis e baratos para atrair cinéfilos, além de promover o local como uma opção para festas de aniversário.

    “O aluguel das salas tem sido um sucesso e representa uma parte significativa de nossa receita bruta neste momento”, disse Tim League, fundador da Alamo Drafthouse, ao CNN Business. Ele não quis revelar números específicos. “Mas a realidade é que os tempos estão difíceis na indústria do cinema. Estamos tentando apenas superar esse período até a chegada da vacina, quando a normalidade deve retornar”.

    Leia também:
    Sem pipoca ou estreias: como será a retomada dos cinemas em São Paulo
    ‘Assisti ‘Mulan’ para que você não precise fazer isso’, dispara historiadora

    Para a Alamo, uma rede de cinemas com 41 endereços nos Estados Unidos, o aluguel de cinemas antes da pandemia era um processo um tanto complicado, já que os clientes precisam acertar pessoalmente vários detalhes com um gerente de eventos privados. Agora, a Alamo automatizou tudo, permitindo os aluguéis pelo site.

    A partir de US$ 150, os consumidores podem reservar salas em cinemas selecionados e escolher em uma lista de filmes novos e antigos, como “Parque dos Dinossauros” e “Tenet”. Os clientes podem convidar até 30 pessoas – e todas precisam comprar seus próprios ingressos. Há também um valor mínimo de compra de comida e bebida de US$ 150.

    Anteriormente, a maioria dos locatários de cinemas o fazia em ocasiões especiais, e os eventos incluíam “apresentações em PowerPoint e surpresas de aniversário”, contou League. “A diferença nesta era da Covid-19 é que simplificamos tudo: não é preciso necessariamente fazer algo especial ou único. A ideia é reunir seus amigos e familiares como um grupo”.

    O interesse mostra que pelo menos uma porcentagem do público achou uma maneira de ir ao cinema durante a pandemia, como explicou Paul Dergarabedian, analista de mídia sênior da Comscore. Outra solução alternativa são os cinemas drive-in, que ressuscitaram nos últimos meses.

    “Querer é poder”, disse ele. “O drive-in tem sido muito simbólico em relação ao amor das pessoas por ir ao cinema. O mesmo pode ser dito sobre o aluguel de salas de cinemas”.

    Mas Dergarabedian não tem tanta certeza de que o aluguel de cinemas continuará a ser viável ao consumidor após a pandemia, momento em que os cinemas devem se concentrar em encher as salas o máximo possível.

    “Uma coisa é oferecer um serviço exclusivo e personalizado a preços de pechincha em tempos extraordinários”, analisou. “Outra totalmente diferente é quando algum nível de normalidade é restaurado e esse tipo de oferta pode não ser tão vantajoso para o consumidor nem para o cinema”.

    League concordou com esse conceito, observando que, embora as exibições privadas sejam responsáveis atualmente uma porção “significativa” da receita, há uma distorção.

    “Não estamos pensando na receita agora, mas apenas tentando sobreviver”, disse ele.

    Por enquanto, acrescentou League, isso significa criar “uma experiência de alto nível para voltar aos cinemas”, disse League. “Algumas pessoas simplesmente não se sentem confortáveis em sair hoje em dia, mas talvez se sintam melhores com seus amigos e família, sua bolha. Daí criamos esta oferta”.

    Leia também:
    Netflix, HBO, Amazon? Descubra qual plataforma combina com você e com seu bolso
    Netflix testa modo aleatório para quem não consegue decidir o que assistir

    No Cinemark, a terceira maior rede de cinemas do mundo, o aluguel de cinemas privados nos Estados Unidos também é “algo que era uma pequena parte do nosso negócio antes da Covid-19, mas agora é mais importante”, explicou o CEO Mark Zoradi ao CNN Business.

    O aluguel de uma sala da Cinemark antes do coronavírus custava entre US$ 250 a US$ 500, dependendo do tamanho do auditório, e incluía as instalações, as concessões e outros itens.

    Agora, o Cinemark permite que os clientes aluguem salas em qualquer unidade, escolham um filme e convidem 20 de seus amigos ou familiares mais próximos. O preço varia dependendo do título e o dia escolhido. Isso significa que o aluguel da sala pode custar entre US$ 99 e US$ 175.

    Para Zoradi, da Cinemark, as festas privadas estão dando aos clientes “paz de espírito” e um dia de folga durante a pandemia.

    Com o aluguel, “o cinema vira de fato uma grande sala de estar o cliente”, comparou, “com o melhor sistema de alto-falantes e imagem e som possível”.

    Texto traduzido do inglês. Acesse o site da CNN para ler o original.

    Tópicos