Lojas ficam sem estoque e internautas vendem PlayStation 5 por até R$ 15 mil
Menos de uma semana: essa foi a duração dos estoques do PlayStation 5 (R$ 4.699), lançado dia 19 – a Amazon promete um lote reserva para a Black Friday
Menos de uma semana. Este foi o tempo de duração dos estoques do PlayStation 5 (R$ 4.699), lançado dia 19 no Brasil. Uma rápida pesquisa nos principais sites de e-commerce do país mostra que o produto está esgotado em todo lado. Isso na véspera de uma das datas mais importantes do varejo nacional, a Black Friday.
Casas Bahia e Pontofrio, da Via Varejo, confirmaram ao CNN Brasil Business que os estoques foram zerados, sem previsão de reabastecimento. A reportagem também procurou, sem retorno até o fechamento da matéria, B2W, de Americanas e Submarino e Magazine Luiza.
A Amazon também confirmou que estava sem estoque, mas disponibilizou na meia-noite desta sexta-feira (27) um número limitado de consoles com o preço recomendado pela Sony, proveniente da quantidade excedente do seu estoque de segurança.
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O Xbox Series X (R$ 4.599), novo console da Microsoft lançado no dia 10 de novembro, também é objeto raro de se encontrar menos de um mês após o seu lançamento. Já a versão S, com preço mais acessível (R$ 2.799), ainda pode ser comprado com o seu preço recomendado em alguns marketplaces.
Preço recomendado é um termo importante nessa história, porque o PS5 e o Series X ainda estão, de alguma forma, disponíveis no mercado. O problema são os valores praticados pelos vendedores, na sua maioria usuários anônimos ou lojas online hospedadas no Mercado Livre ou na OLX.
As duas empresas não enviaram estimativas dos preços, mas a busca manual dá algumas pistas. Não há, por exemplo, quase nenhum anúncio do console com preço de mercado. Além disso, vários vendedores praticam preços abusivos, que vão dos R$ 8 mil aos R$ 15 mil.
Os controles, vendidos oficialmente a R$ 469, também tiveram um ágio e estão sendo repassados por até R$ 599. Procurada, a Sony preferiu não falar. O CNN Brasil Business apurou que a marca não deve se pronunciar tão cedo.
A Microsoft disse que sua nova produção de hardware para o Xbox não foi afetada pela pandemia e que começou a produzir “tantos novos consoles quanto possível”. A empresa acrescentou que os consoles, incluindo um Series S mais barato, foram lançados em 40 países e certamente “venderá todos os novos Xbox” que for capaz de produzir este ano.
Falta de oferta global
Analistas têm diferentes teorias para explicar por que os consoles venderam tão rapidamente. A maioria pensa que a Sony e a Microsoft limitaram de propósito o número de unidades produzidas.
As margens de lucro no novo PS5 e do Xbox Series X são provavelmente “tênues ou até mesmo negativas”, de acordo com o diretor de pesquisa de jogos da IDC, Lewis Ward, por isso fez sentido definir limites de produção. Segundo ele, a Sony e a Microsoft provavelmente consideraram níveis de produção que não sobrecarregassem os fabricantes e a cadeia de suprimentos – mas que, ao mesmo tempo, não provocassem perdas de receita.
A Sony não está ganhando muito dinheiro com o PS5 e não queria superproduzir o console à beira de uma recessão, observou Michael Pachter, analista da Wedbush. Essa teoria está em linha com um relatório de abril da Bloomberg, segundo o qual a Sony estava planejando limitar a produção do PS5 em seu primeiro ano. Outra possibilidade é que a Covid-19 tenha desempenhado um papel na oferta limitada.
O analista sênior da Niko Partners, Daniel Ahmad, acha que o PS5 e o Xbox Series X continuarão com oferta restrita nesta temporada de final de ano, por causa do impacto da pandemia na produção e na logística. Ahmad também disse que os dois consoles tiveram baixos rendimentos durante a produção inicial e “levarão algum tempo para escalar e atender à demanda”.
Mercado
Por enquanto é difícil dizer qual console vendeu mais no lançamento. De acordo com uma pesquisa com mais de 2 mil jogadores realizada pela empresa de pesquisa de marketing CivicScience, 12% dos norte-americanos com mais de 13 anos planejam comprar o PS5, enquanto 10% disseram estar interessados no novo Xbox. E os compradores do Xbox eram mais propensos do que os do PS5 a comprar os dois consoles.
Foi um ano extremamente forte nas vendas de videogames para a indústria em geral, já que muitas pessoas se voltaram para os jogos como entretenimento durante a pandemia. Mas a recessão e o desemprego ainda podem prejudicar o setor. Analistas prevêm vendas menores desses consoles em 2021.
“O final de ano não terá um impacto”, opinou Mat Piscatella, diretor executivo de jogos do NPD Group. Ele estimou que cerca de 125 milhões de norte-americanos participaram de jogos eletrônicos nos últimos seis meses, mas que um novo produto normalmente não vende mais de 2 milhões de unidades durante sua primeira temporada de férias devido a restrições de fornecimento.
*Com informações de Shannon Liao, do CNN Business, em Nova York
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