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    Corretora americana Avenue quer ter mais serviços e triplicar equipe (há vagas)

    A empresa deve começar a oferecer nos próximos dias, ainda em versão piloto, sua modalidade de serviços bancários

    Roberto Lee, sócio-fundador da Avenue, comemora o início das operações da empresa em 2018
    Roberto Lee, sócio-fundador da Avenue, comemora o início das operações da empresa em 2018 Foto: Avenue/Divulgação

    Matheus Prado, do CNN Brasil Business, em São Paulo

    A Avenue Securities, corretora com sede nos EUA e focada no público brasileiro, bateu recordes de aberturas de conta e captação nos últimos dias por conta da tão esperada oferta de ações da Coinbase.

    “Captamos mais de R$ 60 milhões em um dia”, resume Roberto Lee, sócio-fundador da companhia, ao relembrar as milhares de ordens de compra simultâneas no dia da estreia do papel na Nasdaq.

    Isso dá uma ideia de como a empresa vem ganhando notoriedade no mercado nacional: dando independência ao investidor brasileiro comum que busca, cada vez mais, fazer parte dos grandes eventos de Wall Street. 

    Aqui dá para citar IPOs, como o do Zoom, e outras listagens diretas, como a do Slack, além das grandes empresas de tecnologia e as gigantes nacionais listadas lá fora, a exemplo de Stone e XP.

    Nessa linha, a companhia está pronta para expandir seu leque de serviços. Ainda no ramo de corretagem, passa a oferecer outros produtos, como fundos de investimento americanos e títulos de renda fixa.

    “Hoje estes produtos só são acessíveis para os milionários, clientes de Private Banking. A mesma coisa que fizemos para ações, que foi dar acesso direto ao investidor comum, agora expandimos para todos os ativos”, diz. 

    Mas o gestor explica que quer mais. A empresa deve começar a oferecer nos próximos dias, ainda em versão piloto, sua modalidade de serviços bancários. Espera-se que, quando completo, o produto englobe conta de pagamentos (que deve vir primeiro), cartão e oferta de crédito.

    “Serviços financeiros são muito caros no Brasil, mas o sistema americano é mais complexo. Então, queremos criar experiência brasileira, mas com produtos americanos. Para isso, estamos desenvolvendo interfaces semelhantes às que existem por aí, o que diminui a curva de aprendizado”, afirma.

    “Na prática, a ideia é que o cliente consiga transferir dinheiro nos EUA como se estivesse fazendo um DOC ou TED, e por aí vai. Há ainda outras diferenças, como as faturas, que vencem a cada dois meses. Estamos adaptando isso.”

    Triplicando a equipe

    Com a ampliação do escopo, naturalmente a equipe da Avenue deve crescer. Lee estima que o quadro de funcionários deva saltar para cerca de 300 colaboradores, o triplo dos cerca de 100 que ajudam a tocar a operação hoje.

    Alexandre Artmann, que começou no Pactual nos anos 1990 e está no mercado americano há mais de 20 anos, chegou para assumir o posto de executivo-chefe de operações da empresa. Mas ainda há vagas.

    Agora, são 50 novos postos de trabalho abertos, com o objetivo de reforçar as equipes de tecnologia, de relacionamento e comercial do grupo. Há posições para profissionais com todos os níveis de experiência. Outros 50 funcionários podem ser contratados ainda em 2021. Os detalhes sobre as vagas abertas e sobre as inscrições estão disponíveis no endereço https://jobs.kenoby.com/avenue.

    “Estamos impulsionando o crescimento de todas as áreas da corretora e lançando postos para pessoas com todos os níveis de formação, desde estagiários e profissionais que querem migrar para o mercado financeiro, mas não têm experiência no setor, até posições mais seniores e estratégicas para consolidação de todas as áreas da empresa”, explica Victória Vitrio, head de Pessoas da Avenue.

    Atualmente, com a equipe trabalhando remotamente, Vitrio explica que parte dos novos postos deve seguir em home office após o fim da pandemia e que os demais profissionais vão atuar em uma escala híbrida, com a agenda de trabalho dividida entre atividades presenciais e remotas. “Nosso time de tecnologia já funcionava fora do escritório antes da pandemia e vamos manter a mesma estratégia nesta área.”

    Além disso, a empresa também está estabelecendo um sistema de partnership, ou seja, possibilitando que seus funcionários tornem-se sócios da operação mediante os resultados de trabalho apresentados. 

    No longo prazo, Lee aponta para crescimento “no ritmo do Nubank, com milhões de clientes” e IPO na Nasdaq. A empresa recebeu sua segunda captação de recursos, de cerca de R$ 35 milhões, em outubro do ano passado. Fontes indicam que nova rodada pode sair em breve.

    A empresa

    A Avenue conta atualmente com mais de 265 mil clientes e mais de US$ 850 milhões sob custódia. A plataforma possibilita que os usuários de fora dos Estados Unidos comprem desde ações de grandes companhias (como Apple, Amazon e Google) até títulos de renda fixa dos EUA.

    Lee entende que o crescimento rápido da operação ocorreu graças à popularização das BDRs, que mostrou uma nova possibilidade de investimento internacional. Agora, o público quer ir diretamente na fonte desses ativos.

    “Nosso público é aquele cara ‘já desbancarizado’, que investe em corretoras. Acreditamos que este mercado vai continuar avançando porque o investidor está entendendo que a vida dele é dolarizada –tecnologia, locomoção, vestuário– e que ele precisa ter parte dos seus recursos em moeda forte”, diz.