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    Perdeu emprego durante a pandemia? Veja 6 dicas para organizar a vida financeira

    Especialistas dão dicas para procurar produtos de crédito e tentar o adiamento de dívidas

    Mariangela Castro*, do CNN Brasil Business

    A taxa média anual de desemprego no Brasil atingiu 13,5% em 2020, a máxima já registrada desde o início da série em 2012, segundo o IBGE. São 13,4 milhões de brasileiros que buscam por um local no mercado de trabalho. Além disso, uma pesquisa do PoderData apontou que 61% da população teve sua fonte de renda prejudicada pela pandemia do novo coronavírus.

    Para quem está nesta situação, é normal não saber por onde começar a organizar as contas ou como buscar se livrar das dívidas. O CNN Brasil Business conversou sobre o assunto com Henrique Castro, professor de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV EESP), e com o planejador financeiro Gustavo Dias, da Duoo Finanças Pessoais. Veja abaixo 6 dicas para organizar a vida financeira.

    1. Corte os gastos e use a rescisão como reserva de emergência

    A primeira coisa a fazer se teve a renda prejudicada é cortar a maior parte possível dos gastos, diz Castro. 

    Após isso, se recebeu uma rescisão do antigo empregador, deve usá-la como reserva de emergência para os próximos meses. “O ideal é já ter uma reserva de emergência para um período de ao menos seis meses, mas, caso isso não seja a realidade da pessoa, a rescisão pode cumprir este papel”, explica.

    Gustavo Dias, da Duoo Finanças, acrescenta que, mesmo nestes momentos, as pessoas devem manter uma reserva de emergência de pelo menos um ou dois meses, para evitar transtornos e imprevistos. Este valor deve cobrir as despesas primordiais, como moradia e comida.

    2. Busque fontes de renda complementares

    É recomendado buscar outras fontes para complementar a renda até a recolocação no mercado de trabalho, como benefícios assistenciais, vendas informais ou iniciativas de empreendedorismo.

    “Além da rescisão e do auxílio emergencial, há o seguro desemprego, saque-aniversário [do FGTS] e outros programas assistenciais que são úteis nesses momentos”, diz Castro. 

    Além disso, Dias recomenda que sejam feitas projeções dos ganhos mês a mês. “O trabalho informal faz com que a renda seja variável. Então, se a pessoa supõe que um determinado mês teve maior renda por conta de uma data específica ou comemoração, ela deve poupar o valor para meses seguintes”, diz.

    3. Renegocie e busque adiamento das dívidas

    Se a família já tinha dívidas a pagar, é de extrema importância renegociá-las para evitar o acúmulo de juros, orienta o professor. O ideal é tentar desconto na dívida ou, no melhor dos casos, adiar o pagamento. “Simplesmente deixar de pagar pode gerar prejuízo muito maior”, diz.

    Para aqueles que já possuíam uma reserva de emergência mesmo antes de receber a rescisão do emprego, pode valer a pena utilizar o valor recebido para quitar as dívidas e diminuir os gastos nos meses futuros. Mas isso é recomendado apenas para aqueles que consigam negociar um bom desconto. “Vale a pena porque a taxa de juros de uma dívida sempre será maior que o rendimento dos investimentos conservadores”, afirma.

    Castro também afirma que só é recomendado retomar o pagamento das dívidas ou quitá-las com a rescisão caso as pessoas estejam conseguindo complementar a renda com habilidades extras fixas, que possuam bastante procura.

    “Quando o endividado já consegue estimar o quanto irá receber com certeza por mês, ainda que seja menos que o valor recebido em um trabalho formal, é possível começar a pagar parcelas maiores ou retomar o pagamento de dívidas adiadas”, orienta.

    4. Priorize dívidas que levam a corte de serviço

    Para decidir a ordem de pagamento das dívidas, a dica de Gustava Dias é se concentrar primeiro em pagamentos que podem gerar transtornos imediatos. Contas de luz, por exemplo, geram corte do serviço de energia após três meses de inadimplência.

    Operadoras de celular, impostos, título MEI, IPTU ou IPVA também devem ser vistos com prioridade, para evitar cortes e multas governamentais.

    Em segundo lugar, o recomendado é priorizar as dívidas com maiores juros –nestes casos, o valor a ser pago cresce com mais rapidez e pode virar uma bola de neve.

    Por fim, devem ser pagas as maiores parcelas, para que o orçamento do endividado deixe de ser fortemente comprometido.

    5. Crédito consignado pode ser a melhor opção

    O professor Henrique Castro alerta para a necessidade de fugir de alternativas de crédito “caras”, como rotativo do cartão de crédito ou cheque especial.

    “O crédito consignado é mais barato. Porém, precisa de desconto em folha de pagamento. Então, uma opção é pedir que alguém do núcleo familiar solicite o empréstimo”, aconselha.

    Outra alternativa para diminuir os juros de um produto de crédito é oferecer uma garantia. Nesta opção, o endividado deve tomar bastante cuidado, principalmente caso ainda não tenha uma renda fixa, para que não perca seu imóvel ou automóvel.

     “De modo geral, se você tem dúvidas se vai ou não conseguir pagar, então é melhor não oferecer garantias”, diz.

    6. Serviço do Procon ajuda superendividados

    Aqueles que não sabem como negociar suas dívidas podem buscar ajuda gratuita no Procon-SP. Por meio do Núcleo de Tratamento do Superendividamento, a entidade oferece atendimento individual às pessoas que queiram regularizar suas pendências financeiras.

    Primeiro, é feita uma triagem. Depois, é preciso participar de palestras de orientação financeira. Feito isso, funcionários do próprio Procon realizam a negociação das dívidas ao lado da pessoa. Para participar basta realizar a inscrição online neste site.

    * Sob supervisão de Natália Flach e Maria Carolina Abe

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