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    Cerveja choca: Ambev vê lucro desabar e impacto da pandemia ainda é incerto

    No segundo trimestre, a receita líquida encolheu 4,4% ano a ano, para R$ 11,6 bilhões, enquanto os volumes caíram 9,2% para 33,5 milhões de hectolitros

    Gabriela Mello, da Reuters

    A Ambev informou nesta quinta-feira que seu lucro líquido caiu pela metade no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, com as vendas e volumes afetados pela pandemia do coronavírus e despesas financeiras maiores.

    A subsidiária brasileira da Anheuser Busch InBev lucrou R$ 1,27 bilhão entre abril e junho, de acordo com o balanço, queda de 51,4% na comparação anual, conforme medidas de isolamento social alteraram as dinâmicas de consumo de bebidas.

    O desempenho operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado recuou 28,6% para R$ 3,35 bilhões, com a margem Ebitda ajustada caindo para 28,8% ante 38,6% no segundo trimestre de 2019.

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    “O impacto total da pandemia do Covid-19 em nossos resultados futuros permanece incerto”, disse a Ambev no comunicado.

    A fabricante de bebidas citou expectativa de recuperação operacional mais lenta em função de mudanças no mix de embalagens e canais de vendas, além de contínuas pressões de custo atreladas à desvalorização cambial e o impacto da crise na renda das famílias.

    No segundo trimestre, a receita líquida encolheu 4,4% ano a ano, para R$ 11,6 bilhões, enquanto os volumes caíram 9,2% para 33,5 milhões de hectolitros.

    Já o custo total de produtos vendidos atingiu R$ 5,8 bilhões, alta de 16,9% sobre um ano antes, puxado pela inflação na Argentina, oscilações cambiais desfavoráveis e mudanças no mix de embalagens.

    A linha de despesas financeiras subiu quase 40% no período, enquanto os gastos gerais, com vendas e administrativos subiram apenas 1%.

    A AmBev, na qual a AB InBev detém 61,9% de participação, está presente em 16 países nas Américas, incluindo Canadá e Argentina.

    As ações da Ambev negociadas na bolsa paulista recuaram mais de 18% até agora em 2020, após alta de 24,6% em 2019.

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