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    Para CEO da Latam, aéreas dependem do apoio do governo para passar pela crise

    Em entrevista exclusiva para CNN, Jerome Cadier fala sobre o pacote do governo para o setor durante a pandemia do coronavírus

    Da CNN, em São Paulo

     

    O setor aéreo está sendo um dos mais impactados pela pandemia do novo coronavírus. Em entrevista à CNN, Jerome Cadier, presidente da Latam Airlines, disse que a crise pela qual estamos passando é “muito grave, tangível, que não vai ter uma solução rápida e que vai exigir um apoio dos governos de cada um dos países onde as empresas aéreas operam”.

    Pesquisas indicam que as companhias devem perder 55% da receita com passageiros neste ano pelos últimos cálculos da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA). Aqui no Brasil, não será diferente. “Nós operávamos geralmente com 750 voos por dia no Brasil. Hoje, estamos operando entre 30 e 35 voos por dia. A taxa de ocupação tinha que estar acima de 80%. Hoje, ela está abaixo de 60%. Já a venda diária caiu em praticamente 95%”, explicou.

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    Questionado sobre quanto tempo o setor ainda aguenta a espera para que se resolva o impasse no pacote de auxílio do governo, Cadier disse que as licenças não-remuneradas darão para as companhias aéreas uma capacidade de sobrevivência de cerca de seis meses.

    “Em um cenário sem licença não-remunerada, estamos provavelmente falando de dois, três meses”, disse. “De qualquer maneira, a ajuda tem que vir. Hoje não há acesso a crédito, e não é só para as empresas aéreas”, continuou. 

    Sobre a negociação do pacote de apoio que está sendo gestado pelo BNDES e pelos bancos privados para o setor aéreo, mas que ainda não foi acordado, Cadier afirmou que o governo, desde o início da crise, tem sito proativo no “entendimento das dificuldades pelas quais o setor passa”.

    “Nós não conseguimos chegar em um consenso. O que está na mesa neste momento não é necessariamente uma dívida que caso não seja paga possa ser convertida. O que está na mesa são dois instrumentos: uma dívida que tem que ser paga e uma opção de compra de ações das empresas a determinado preço. Mas não encontramos uma equação que faça sentido tanto para o BNDES quanto paras as aéreas”, afirmou.

     

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