Inflação do arroz e de outros produtos continuará até dezembro, prevê economista
Mudanças no perfil dos consumidores na pandemia mexem com os hábitos e preços
As mudanças de hábitos dos consumidores impactam diretamente nos preços de diversos produtos durante a pandemia. A inflação atingiu em cheio alguns produtos da cesta básica, como o arroz. E essa alta deve continuar até o fim do ano, segundo o economista Fábio Romão, da consultoria LCA.
“No último trimestre sazonalmente temos alta de alguns produtos no varejo, mas é algo pontual devido à oferta e ao auxílio emergencial. Pesa muito sobretudo na renda de quem ganha menos, mas me parece algo delimitado a 2020”, diz Romão.
Apesar de aparecer como o principal vilão, o arroz não foi o único com forte valorização dos preços. A cesta básica como um todo teve alta em 13 das 17 capitais pesquisadas, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). As exportações do Brasil têm muito a ver com esse cenário.
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“Com a superação parcial da pandemia, o que temos assistido agora é alguns países voltando às compras, como a China. O Brasil, como é exportador, ampliou a venda a outros países, o que reduziu a oferta doméstica, aumentando os preços aqui dentro. Temos também o aumento do consumo, uma renda mais sustentada por conta do auxílio emergencial”, explica.
Alternativas já testadas no passado, como congelar preços (algo que já está acontecendo na Argentina), não são a solução, alerta o economista. “Tabelar preços acaba congelando em preço baixo um produto sazonal, enquanto outro se perpetua em valor alto. Isso gera um mercado paralelo”. Assista à íntegra acima.