Com problema cardíaco, Gleisi Hoffman passará por procedimento cirúrgico neste sábado
Presidente do PT fará procedimento para tratar da revascularização do miocárdio; ela foi diagnosticada com obstrução coronária
A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada Gleisi Hoffmann (PR), será submetida a um procedimento cirúrgico na manhã de sábado (30) para tratar da revascularização do miocárdio.
Gleisi foi internada, na quinta-feira (28), no hospital DF Star, no centro de Brasília, após realizar exames de rotina que constataram uma obstrução coronária.
As artérias coronárias são os vasos sanguíneos que irrigam o músculo do coração. O tratamento pode ocorrer por forma medicamentosa ou cirúrgica, dependendo da avaliação médica.
Segundo boletim médico, o procedimento de revascularização do miocárdio “é rotineiramente realizado em casos de doença arterial coronária, e refere-se à colocação de um enxerto de mamária e uma ponte de safena, que criam um novo caminho para o sangue fluir até o coração”.
Ainda de acordo com o hospital, Gleisi está “assintomática” e “clinicamente bem”.
Nas redes sociais, a presidente do PT disse que “está tudo certo”.
“Vou passar por um procedimento cirúrgico, resultado de exames que fiz ontem, mas está tudo certo, estou bem e sendo cuidada. Nesse momento, quero agradecer todo o carinho que tenho recebido da militância, companheiros e companheiras que querem notícias, e vamos repassar, e que estão torcendo por mim”, escreveu Gleisi no X, antigo Twitter.
O que é a obstrução coronária?
À CNN, o médico Roger Oliveira, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explicou que as coronárias são os vasos que levam sangue ao músculo cardíaco, sendo “fundamentais para o funcionamento do coração”.
“Temos três principais coronárias que vão se subdividindo em ramos menores, semelhante a um tronco de árvore e seus galhos, cobrindo todo o coração”, disse.
A chamada “obstrução coronária” acontece devido à formação de placas no interior desses vasos. Segundo o cardiologista, essa obstrução vem principalmente de “placas de ateroma”.
“São placas constituídas por colesterol, cálcio, células como linfócitos e outras substâncias”, pontuou Oliveira.
Com o passar do tempo, a parede do vaso fica mais rígida, a placa aumenta e o diâmetro da artéria diminui.
“O aumento dessa placa pode reduzir o fluxo sanguíneo das coronárias, o que pode causar sintomas como dor no peito, falta de ar, e, por fim, causar o infarto do miocárdio, que é a obstrução total ou quase total da coronária”, explicou.
Qual o tratamento para a obstrução coronária?
O cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz explicou que existem abordagens diferentes para tratar uma obstrução coronária.
Por exemplo, pode ser feito através de um procedimento “minimamente invasivo”, chamado de “angioplastia coronariana”.
Os médicos inserem um cateter pela artéria radial ou femoral e coloca um stent no coração – um pequeno tubo que evita a obstrução.
“O tratamento também pode ser mais invasivo, que seria o tratamento cirúrgico, que nós chamamos de cirurgia de revascularização miocárdica. São as famosas pontes de mamária e safena”, disse Oliveira. Essas “pontes” são ligações feitas pelos médicos para “driblar” a obstrução da coronária.
“A cirurgia de revascularização do miocárdio, indicada em alguns casos de obstrução coronária, é um procedimento amplamente realizado desde 1967, com um perfil de segurança muito bom e um baixo índice de complicações e de mortalidade”, acrescentou o cardiologista.
“O grau de risco se eleva dependendo de alguns fatores do paciente, como sua idade, quanto à idade física atual do paciente, se ele é acamado ou não, e o grau de disfunção do coração que ele tem, além de outras doenças como diabetes, insuficiência renal e outras. Tudo isso aumenta esse risco da cirurgia”, completou.
O especialista concluiu pontuando que, após o tratamento da obstrução coronária, é provável que seja recomendado ao paciente uma mudança de estilo de vida e uso de medicações para trazer mais proteção ao coração.