Empresa responsável por subestação leva quase um ano para reparar transformador
A Gemini Energy detém 85,04% de participação na linha, e 14,96% são da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam)
A empresa responsável pela subestação em Macapá que pegou fogo e causou um apagão em praticamente todo o Amapá levou quase um ano para enviar um transformador que estava inoperante para conserto. Com problemas desde dezembro, o contrato de reparo do equipamento foi assinado em setembro, mas o Estadão/Broadcast apurou que o transporte do transformador até Santa Catarina, onde será feita a manutenção, começou apenas no último domingo (15).
Essa subestação é operada pela Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LTME), que deveria ter três transformadores prontos para levar energia ao Estado. A reportagem questionou a empresa sobre onde estava o equipamento danificado desde dezembro neste momento.
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Inicialmente, a resposta informou que estava com o fabricante para reparos especializados na fábrica, em Santa Catarina. Depois, corrigiu, afirmando que estava em trânsito, a caminho da fábrica. A concessionária foi questionada sobre o dia exato do embarque do transformador, mas disse que nenhuma outra informação seria divulgada a respeito desse equipamento até o momento.
A Gemini Energy detém 85,04% de participação na linha, e 14,96% são da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), autarquia do governo federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).
Racionamento
Um incêndio ocorrido no último dia 3 destruiu um dos transformadores da subestação e danificou um segundo, que levou quase quatro dias para ser reparado. Um terceiro estava inoperante desde dezembro do ano passado e, por causa disso, o Amapá ficou quase quatro dias sem luz. Desde então, a população enfrenta racionamento. O restabelecimento completo só poderá ocorrer quando um transformador vindo de Laranjal do Jari (AP) chegar em Macapá e entrar em operação.
Se o terceiro transformador da subestação tivesse sido consertado antes, o transtorno poderia ter sido menor, com parte do atendimento restabelecido mais rapidamente. As informações sobre o contrato de reparo, a desmontagem e a previsão de conclusão do serviço estão no documento da inspeção judicial feita no último dia 11 pelo juiz federal João Bosco Costa Soares da Silva.
A descrição do ocorrido ao juiz foi feita por um funcionário da Gemini, André Calheiros, gestor da unidade. Segundo ele, o contrato foi assinado com uma fabricante de Santa Catarina em “setembro ou outubro do corrente ano” e “previsão de conclusão do serviço foi delimitada em 14 (quatorze) meses” – ou seja, entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022.
“Por essa razão, informou que o mencionado transformador estava em processo de desmontagem e, logo após, a peça defeituosa será encaminhada para aquela fábrica”, disse o funcionário, segundo informações do auto circunstanciado de inspeção judicial do caso.
Questionada sobre o tempo que levou para essa contratação, a empresa afirmou que a manutenção do equipamento foi iniciada em janeiro, “no mesmo dia em que a necessidade de reparos foi identificada”, e que foram seguidos todos os procedimentos tecnicamente corretos de manutenção: “tentativa de religar, troca de peças e testes, incluindo a análises do interior do transformador”.
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