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    Operação da PF não contamina imagem das Forças Armadas, diz Múcio à CNN

    Décima oitava fase da Lesa Pátria teve como alvo o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes; para o ministro da Defesa, trata-se de episódio isolado

    Gustavo Uribeda CNN , Brasília

    O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse à CNN que a 18ª fase da operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (29), não contamina a imagem das Forças Armadas.

    A avaliação do ministro é de que se trata de um episódio isolado.

    A operação teve como alvo o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde no governo Bolsonaro. O Supremo Tribunal Federal (STF) também autorizou o bloqueio de bens do militar.

    O general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes foi diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde até o último dia do governo Bolsonaro. Virou alvo da PF porque, no 8 de janeiro, participou dos ataques às sedes dos Três Poderes e chegou a gravar um vídeo diante do Congresso Nacional dizendo que “arrepiado”.

    “Quero dizer que estou arrepiado aqui. O pessoal acabou de travar a batalha do gás lacrimogênio. Acreditem. A PM jogou gás lacrimogênio na multidão durante meia hora e agora eles estão aqui na frente e o pessoal está aplaudindo a Polícia Militar. Aplaudindo porque a gente sabe que eles cumpriram ordem, eles estavam aqui para defender patrimônio. A maioria deles é bem intencionado, tem que ser aplaudido sim”, disse em vídeo que circulou no WhatsApp de militares.

    Formado na turma de 1987 da Academia Militar das Agulhas Negras, Ridauto integrou o Comando de Forças Especiais do Exército, considerado um grupo de elite e destacado para cumprir missões de inteligência e alto risco.

    Ao longo da carreira militar, se destacou como um dos melhores das turmas de formação. Colegas de farda dizem que ele era “diferenciado” e “ponto fora da curva”. Ao mesmo tempo, mesmo entre os militares, é visto como “um radical” de atitudes “inesperadas”.

    Em nota, o Centro de Comunicação Social do Exército afirmou que Ridauto encontra-se na reserva e não ocupa cargo ou desempenha função na Força. E que o Exército não se manifesta no transcurso de processos de investigação a cargo de outros Órgãos.

    Depoimento de quatro horas

    À CNN, após prestar depoimento de quatro horas, Ridauto disse não ter “nada a temer” e que a ação da PF na casa dele transcorreu de forma tranquila. “Foi tudo muito tranquilo. Os policiais [federais] cumpriram a missão deles. Lá em casa foi tranquilo, recebi a equipe lá. Foram muito cordiais”, afirmou.

    Sobre o vídeo em que aparece nos ataques de 8 de janeiro celebrando as invasões nas sedes dos Três Poderes, o general da reserva disse que não pode se manifestar porque o caso investigado está sob sigilo.

    Veja também: Ex-diretor do Ministério da Saúde na gestão Bolsonaro é alvo da Operação Lesa Pátria

     

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