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    Geração X tem mais problemas de saúde do que nascidos no pós-Guerra, diz estudo

    Condição física de quem nasceu entre os anos 1960 e 1980 não acompanhou aumento da longevidade

    Pessoas na casa dos 40 e 50 anos estão hoje em pior condição física do que aquelas com 60 e 70 anos tinham quando estavam mesma faixa etária, de acordo com um novo estudo britânico.

    A análise de 135 mil indivíduos que vivem na Inglaterra sugeriu que, embora estejam vivendo mais, aqueles que se enquadram na chamada geração X (nascidos entre meados dos anos 1960 e 1980) não são necessariamente mais saudáveis que as pessoas das gerações anteriores. De acordo com os pesquisadores, a descoberta mostra uma tendência preocupante.

    “No início do século 20, um aumento na expectativa de vida acompanhava o aumento do tempo de vida saudável – as gerações mais jovens estavam vivendo vidas mais longas e saudáveis”, afirmou George Ploubidis, professor de estatística e saúde da população na Universidade College London (UCL) e um dos autores do estudo.

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    “Parece que, para aquelas gerações nascidas entre 1945 e 1980, essa tendência parou. Espera-se que os nascidos mais tarde vivam mais, em média, mas com mais anos de problemas de saúde”, explicou o professor, que também é diretor de pesquisa e estatístico-chefe do Centro de Estudos Longitudinais da UCL.

    Resultados do estudo

    Os pesquisadores compararam pessoas com idades entre 25 e 64 anos cuja saúde foi monitorada entre 1991 e 2014 pelo Health Survey for England, um censo anual domiciliar sobre saúde realizado na Inglaterra.

    Os participantes da geração X relataram a mesma ou maior prevalência de problemas de saúde geral, doenças crônicas e pressão alta do que os nascidos no período anterior, conhecidos como boomers ou baby boomers (nascidos após o final da Segunda Guerra Mundial). Os indivíduos da geração X também tiveram maior probabilidade de ter diabetes, doenças circulatórias e excesso de peso, de acordo com a pesquisa.

    “Nosso estudo mostra que, para aqueles nascidos entre 1945 e 1980, a tendência geral é de uma proporção crescente de anos com problemas de saúde, com algumas condições de saúde começando mais cedo”, explicou Stephen Jivraj, professor associado de ciências sociais quantitativas no Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública da UCL.

    Jivraj foi o principal autor do estudo, publicado na revista Population Studies. “Isso tem implicações preocupantes para os serviços de saúde, que já enfrentam demanda crescente por causa do envelhecimento da população.”

    Geração X: vidas mais longas, mas menos saudáveis

    Na pesquisa, perguntou-se aos participantes se eles tinham problemas de saúde, doenças crônicas e outras queixas, incluindo diagnósticos cardiovasculares e diabetes. Os enfermeiros também mediram a pressão arterial dos participantes, o índice de massa corporal (IMC) e a hemoglobina glicada, que indica a presença de diabetes.

    Quando compararam os números, os pesquisadores descobriram, por exemplo, que mais de 78% dos homens nascidos em 1970 chegavam aos 44 anos acima do peso; entre os nascidos em 1958, esse número é 71%.

    Da mesma forma, constatou-se que 16% dos homens nascidos em 1958 tinham alto nível de açúcar aos 56 anos, em comparação aos 9% dos que nasceram em 1946, avaliados na mesma idade.

    Homens nascidos mais tarde ficaram mais propensos a relatar pressão alta, embora esse não fosse o caso de mulheres nascidas tardiamente.

    Segundo a pesquisa, mais da metade dos anos de expectativa de vida adicionais adquiridos por homens e mulheres que tinham 25 anos entre 1993 e 2003 devem ser passados enfrentando problemas de saúde.

    Embora o estudo não tenha examinado os motivos pelos quais as pessoas passariam mais anos nessas condições, Jivraj disse que a razão provavelmente está ligada à dieta e à diminuição dos exercícios físicos. Outro fator, segundo o pesquisador, pode ser o aumento da desigualdade social ao longo das gerações estudadas.

    Dado que o estudo utilizou medidas objetivas (obtidas por exames) e autorreferidas (informadas pelos participantes) de saúde, Jivraj não acredita que seja um reflexo de expectativas diferentes de saúde pessoal entre gerações.

    “Com a expectativa adicional de vida, esperávamos que a proporção gasta com boa saúde permanecesse constante. Na verdade, estamos vendo a proporção de vida passada com problemas de saúde se tornar ainda maior, o que é impressionante”, disse ele. “É preocupante para a saúde da população e preocupante para as finanças públicas.”

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês.)

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