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    Pazuello abandona “plano Teich” e se aproxima de governadores

    Novo documento a ser divulgado deve oferecer critérios para que prefeitos e governadores possam determinar grau de isolamento social de suas localidades

    Nelson Teich e Eduardo Pazuello no pronunciamento em que Teich anunciou sua saída do Ministério da Saúde
    Nelson Teich e Eduardo Pazuello no pronunciamento em que Teich anunciou sua saída do Ministério da Saúde Foto: Marcello Casal Jr. - 15.mai.2020/Agência Brasil

    Caio Junqueirada CNN

    O Ministério da Saúde abandonou por completo o plano de flexibilização social elaborado no breve período de 28 dias que a pasta foi gerida por Nelson Teich e finaliza um novo documento, menor, e com objetivo de oferecer critérios para prefeitos e governadores possam determinar em que grau de isolamento social querem colocar suas localidades. O plano também considera a realidade epidemiológica e capacidade de atendimento de cada estado e cidade. 

    Nesse sentido, trata-se de uma inflexão no discurso do governo federal. Até a gestão Teisch, a ideia era forçar uma flexibilização do isolamento. Depois da decisão do Supremo Tribunal Federal de que essa decisão cabe a prefeitos e governadores, a ideia passou a ser elaborar um documento com diretrizes para a flexibilização. O novo documento em elaboração, porém, é considerado pelos técnicos que o elaboram muito mais como um “plano de gerenciamento da evolução da pandemia” e uma “ferramenta de gestão para os prefeitos”, do que algo asserivo pela abertura.  

    Os principais critérios que contam no documento para que prefeitos e governadores tomem suas decisões são o “epidemiológico”, que considera o  número de casos, número de óbitos, velocidade de crescimento ou desaceleração da pandemia nas localidades, e o a “capacidade de atendimento da rede de saúde”, ou seja, os leitos clínicos e de UTI disponíveis.

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    Uma ideia central na elaboração é que ele seja mais simples e de fácil aplicação pelos gestores. Fontes da Saúde consideram o plano desenvolvido por Teich, que na verdade nunca chegou a ser apresentado, como uma “tese de doutorado”. A principal crítica de seus subordinados é a de que ele partia de um sistema ideal como se todos os dados estivessem sistematizados, com testagem em massa que a pasta nunca teve e não terá condições de ofertar.  Também previa o desenvolvimento de sistemas complexos de obtenção de dados que ainda seriam, no futuro, desenvolvidos pelo Datasus, a base de dados do ministério. Em suma, beirava a perfeição nos aspectos técnico e científico, mas era inviável de ser aplicado. 

    “O novo documento segue rigor científico e epidemiológico, mas tem uma preocupação central – ser simples, de fácil entendimento e de fácil implementação – dando ao gestor uma ferramenta amigável de gestão da emergência. Será um documento indicativo para a gestão da pandemia: onde ela já chegou com força, onde está arrefecendo e onde poderá iniciar e crescer”, disse à CNN o presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde, Alberto Beltrame, que é secretário de Saúde do Pará.

    Representantes dos conselhos dos secretários estaduais, dos municipais e do ministério se reúnem nesta sexta-feira para acertar os últimos detalhes do documento. A ideia é apresentá-lo na próxima semana.

    O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, participa das conversas e tem feito uma rodada de viagens para os estados para tentar reaproximar os governos do estado e municipais de Brasília. Até mesmo as reuniões diárias do gabinete de crise, marca da gestão Luiz Henrique Mandetta, retornaram. Elas haviam sido interrompidas na gestão Teich.

    “Com sua retomada, recolocamos a gestão da emergência no formato em que deve ser – de forma tripartite – com estados, municípios e ministério atuando de forma unificada, com a construção de consensos e a tomada conjunta de decisões”, declarou Beltrame à CNN.