Lula passa por cirurgia no lado direito do quadril no hospital Sírio-Libanês de Brasília
Presidente deve seguir internado até terça-feira; procedimento costuma ter pós-operatório tranquilo, diz Kalil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou, na manhã deste sexta-feira (29), à unidade do hospital Sírio-Libanês de Brasília e passa por uma cirurgia no lado direito do quadril.
Lula sente dores desde agosto do ano passado. A artroplastia total de quadril será realizada pela equipe médica do Sírio-Libanês de São Paulo, que acompanha o presidente há anos.
A escolha da unidade de Brasília se deu pensando na recuperação dele, para que ele não precise fazer deslocamentos longos no pós-operatório, segundo a Secretaria de Comunicação (Secom).
Depois da realização do procedimento, provavelmente após as 17h, uma coletiva de imprensa será realizada com os profissionais de saúde do lado de fora do hospital.
Lula deve ficar internado até a terça-feira (3). Ele seguirá para o Palácio da Alvorada, que foi adaptado para suas necessidades pós-operatórias.
Boletins atualizando o estado de saúde de Lula devem ser divulgados todos os dias pela equipe médica, mesmo após a saída dele do hospital.
Lula tem artrose e reclama de dores no quadril há meses
A cirurgia será a terceira de Lula no quadril. As duas primeiras, em julho, foram procedimentos pouco invasivos para aliviar as dores.
Ele se queixa de um problema crônico de dores na região e foi diagnosticado com um quadro de artrose.
Durante sua live semanal em julho, ele disse: “Eu quero fazer a cirurgia porque eu não quero ficar com dor. Ninguém consegue trabalhar com dor o dia inteiro”.
“Quando eu coloco o pé no chão já dói e eu tenho que falar ‘bom dia’ e, às vezes, eu não consigo. Às vezes, fica visível no meu rosto que eu estou irritado, que eu estou nervoso. Você vai ficando uma pessoa, chata, incômoda. Então, eu tô chegando à conclusão que eu tenho que operar”, completou.
A artrose é o desgaste da cartilagem que reveste nossas articulações. Ou seja, no local onde dois ossos se encontram, existe um tecido de cartilagem que age como amortecedor, facilitando a movimentação das articulações e liberando a amplitude dos movimentos.
O desgaste das cartilagens ao longo da vida é um processo natural. Por isso, a artrose é mais comum em idosos. Quando ocorre no quadril, o processo leva a um desgaste especificamente da articulação na qual a cabeça do fêmur (osso da coxa) se liga ao acetábulo (parte do osso da pelve).
Entenda como é a cirurgia
O médico Roberto Kalil Filho, que acompanha a saúde de Lula, afirmou, em entrevista à CNN, que a cirurgia a qual Lula se submeterá é segura, resolve o problema de seu fêmur e tem pós-operatório “tranquilo”.
“A cirurgia é segura e resolve o problema definitivamente. Em relação à cirurgia, é um pós-operatório em que o paciente em poucos dias já se locomove. É um pós-operatório tranquilo”, disse Kalil
Segundo o médico Leandro Ejnisman, ortopedista especializado em quadril do Hospital Albert Einstein, em um quadro de artrose, a cartilagem pode “afinar” até o ponto no qual os ossos ficam expostos.
“Começa a acontecer um contato de osso com osso dentro da articulação, o que gera um quadro de dor e de limitação da amplitude de movimento”, disse.
“Artroplastia de quadril”
“É uma cirurgia na qual a gente substitui a cabeça do fêmur por uma cabeça protética e é feito um revestimento na região da bacia conhecida por acetábulo, que é onde ocorre o encaixe da cabeça do fêmur na bacia, com uma taça ou uma cúpula acetabular”, explicou Ejnisman.
A cirurgia costuma aliviar por completo a dor dos pacientes, possibilitando um retorno às atividades normais do dia-a-dia.
Segundo o ortopedista, o procedimento não é tão simples e tem suas complexidades.
“Necessita ser feito por um especialista em cirurgias de quadril, tem uma série de detalhes técnicos que são importantes”, falou. “Mas, apesar de complexo, ele tem um baixo índice de complicações e um resultado muito bom no alívio da dor”.
Vídeo: Após cirurgia, Lula deve trabalhar por 15 dias no Alvorada
Publicado por Flávio Ismerim, com informações de Pedro Teixeira e Léo Lopes