‘Vacina sem transparência não vale’, diz vice-diretor da Opas
Vice-diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, destaca que está na mão das agências reguladores deixar os procedimentos transparente
A corrida global por uma vacina contra o novo coronavírus começa a gerar dúvidas sobre a lisura dos processos sendo realizados ao redor do planeta. Desde as promissoras vacinas de Oxford e Sinovac até a polêmica vacina russa, desconsiderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por falta de clareza no processo, são 25 as vacinas em desenvolvimento no planeta.
Apesar das dúvidas sobre o procedimento de testagem dos medicamentos, o vice-diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa, destaca que está nas mãos das agências reguladores deixar os processoa transparentes. “A melhor vacina contra isso é a transparência.”
“É um risco que deve ser evitado garantindo que os aspectos regulatórios sejam cumpridos. Vacina precisa ter comprovação técnica de segurança. Todas as agências reguladoras devem fazer processos transparentes, públicos e rápidos, mas com rigor e qualidade. Vacina sem transparência não vale”, afirmou Jarbas.
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“Acredito que as agências têm compromisso grande e sofrem pressões, mas a transparência tem um papel importante para garantir que nenhuma medida seja feita por pressão política.”
Jarbas falou também da iniciativa Covax Facility, uma ação global que pretende garantir acesso rápido, justo e igualitário a vacinas da Covid-19 que ainda estão sendo desenvolvidas.
A ideia é distribuir 2 milhões de doses para os 165 países que participam da iniciativa, a fim de garantir que todas as nações recebam um lote inicial da vacina que tiver melhor eficácia comprovada.
“Não podemos correr o risco de os países ricos comprarem todo o estoque mundial e os mais pobres ficarem sem vacinas.”
(Edição: Sinara Peixoto)