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    Em reunião, Pazuello questiona Anvisa e pede para acelerar vacinas

    Avaliação na pasta é a de que o governo já está pronto para a vacinação, inclusive com processos licitatórios de aquisição de insumos

    Caio Junqueirada CNN



     

    Uma recente reunião no Ministério da Saúde demonstrou o grau de tensionamento do governo brasileiro com o processo de aquisição de vacinas contra o novo coronavírus. Nela, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, deu tapas na mesa e questionou “por que ninguém aperta a Anvisa” para liberar as vacinas e também “o que falta para comprar as vacinas”.

    Em resposta, seus auxiliares lhe disseram que não é possível fazer nada em relação à Anvisa e que o ideal é aguardar a área técnica do órgão. Sobre os procedimentos de compras, foi informado que é preciso avançar nos processos. Pazuello, então, pediu que fosse acelerado tudo o que competia ao Executivo federal. 

    A avaliação na pasta é a de que o governo já está pronto para a vacinação, inclusive com processos licitatórios de aquisição de insumos, mas que agora há dependência de outros órgãos, como a Anvisa e as farmacêuticas, para que o processo avance. 

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    Tanto que as dificuldades do governo brasileiro para viabilizar as vacinas da Pfizer e da Sinovac fizeram com que o ministério passasse a disparar memorandos para outras farmacêuticas em busca de vacinas.  

    Principal aposta do governo, as negociações com a Pfizer travaram. A empresa está incomodada com o fato de ainda não haver na legislação brasileira a chamada cláusula de imunidade, na qual a farmacêutica não se responsabiliza por efeitos colaterais da vacina. 

    Segundo interlocutores da empresa, em todos os países que compraram sua vacina isso foi feito. Tanto que, em comunicado divulgado à imprensa nesta quinta-feira (17), a companhia disse que “não podemos comentar as negociações em curso com o governo brasileiro, mas afirmamos que as cláusulas que estão sendo negociadas estão em linha com os acordos que fechamos em outros países do mundo – inclusive na América Latina”.

    A farmacêutica também critica a Anvisa. Diz que “as condições estabelecidas pela agência requerem análises específicas para o Brasil, o que leva mais tempo de preparação”. 

    “Um exemplo é a solicitação de uma análise específica dos dados levantados exclusivamente na população brasileira, o que demanda tempo e análises estatísticas específicas. Outras agências regulatórias que possuem o processo de uso emergencial analisam os dados dos estudos em sua totalidade, sem pedir um recorte para avaliação de populações específicas”, diz a Pfizer.

    A Anvisa, por sua vez, diz que é preciso ter detalhes sobre a vacina que será aplicada, mas que essa exigência não inviabiliza o pedido.

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    “Eventuais dificuldades de atendimento de tais parâmetros não inviabilizam o peticionamento do uso emergencial, cuja análise considerará as justificativas apresentadas, para emitir ou rejeitar a autorização”, disse, em nota à CNN.  

    Com a Sinovac, a situação é distinta. O governo federal aguarda a resposta de um memorando encaminhado ao Instituto Butantan pedindo detalhes da Coronavac para avançar no processo de compra. O governo de São Paulo, por sua vez, diz aguardar o contrato. 

    Nesta quinta-feira, o diretor do Butantan, Dimas Covas, entrou em contato com o ministério para tentar um acerto.

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