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    Dados da Fiocruz indicam a circulação de 92 cepas do coronavírus no Brasil

    Variantes amazônica, britânica e sul-africana são as que mais preocupam especialistas

    Stéfano Salles, da CNN, no Rio de Janeiro

     

    Ao mesmo tempo em que tenta conter o avanço da Covid-19, o Brasil enfrenta um cenário com a presença de 92 cepas do coronavírus em circulação no território nacional desde o início da pandemia.

    Entre elas, estão duas variantes de preocupação da Organização Mundial de Saúde (OMS): a amazônica, conhecida como P1, além da surgida no Reino Unido. As duas são associadas à maior transmissibilidade.

    A informação está na plataforma de dados genômicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que mostra resultados de exames gerados pela fundação, em processos próprios de sequenciamento, e os realizados por outras instituições. 

    A cepa encontrada em São Paulo, que os especialistas entendem que pode ser uma amostra da variante de preocupação da África do Sul, a B.1.351, ainda não foi incluída no sistema. Coordenador da rede Corona-ômica BR, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia e que atua na identificação de fatores associados à dispersão e severidade da pandemia, o virologista Fernando Spilki explica que a principal preocupação é com mutações das variantes de preocupação. 

     “Temos no mundo mais de mil variantes do coronavírus, e quase 100 delas já circularam no Brasil. Muitas dessas linhagens do início da pandemia tinham poucas diferenças entre si. O que mais preocupa agora é a dispersão da P1, a variante de Manaus, que já se tornou prevalente na maior parte do país. A circulação das linhagens de preocupação também já resulta na formação de novas mutações. Isso já está acontecendo, principalmente em locais onde as medidas de restrição são mais frouxas”, afirma.  

    Hospital de campanha em Santo André (SP) durante pandemia da Covid-19
    Hospital de campanha em Santo André (SP) durante pandemia da Covid-19
    Foto: Danilo M Yoshioka/Futurapress/Estadão Conteúdo (19.mar.2021)

     

    Professor de Infectologia da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Júlio Croda reitera que, por mais que haja muitas linhagens em circulação, as três variantes de preocupação foram assim batizadas por conta de seu impacto epidemiológico e merecem mais atenção n momento. 

    “As outras ainda não se mostraram detentoras de características como essas, com tamanha transmissibilidade. Mas ainda temos baixa cobertura vacinal. Isso reforça a importância do distanciamento, porque, quanto maior a transmissão e o contato, maiores as chances de uma nova mutação se estabelecer”, avalia.

    O mapeamento da Fiocruz mostra que a variante amazônica, já prevalente em diversos estados, Rio de Janeiro e São Paulo entre eles, já foi detectada em 21 das 27 unidades da federação. Já a cepa B.1.1.7, britânica, foi encontrada em 13.

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