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    Ocupação de leitos de UTI ultrapassa 80% em 23 estados e no DF

    Pelo terceiro dia consecutivo um novo estado ultrapassa a marca de 80% de ocupação; Rio de Janeiro se torna o único estado da região Sudeste abaixo dos 80%

    Paloma Souza e Weslley Galzo, da CNN, em São Paulo

    Pelo terceiro dia consecutivo um novo estado brasileiro passou a integrar a lista das unidades federativas com taxas de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) acima de 80%. De acordo com o levantamento feito pela CNN junto às secretarias de Saúde estaduais, já são 23 estados e o Distrito Federal a romperem a faixa de segurança e metade deles registra colapso acima dos 90% de ocupação.

    Os novos estados a atingir níveis de alerta em relação à disponibilidade de leitos de internação são Espírito Santo e Minas Gerais, que na madrugada desta sexta-feira (12) atingira 80% e 83% de ocupação respectivamente. O Maranhão caiu abaixo dos 80%.

    Agora, apenas três estados estão com índices abaixo do considerado preocupante para a manutenção das atividades e a garantia da saúde dos pacientes. São eles: Rio de Janeiro, Pará, Maranhão.

    Os estados e municípios geram os dados a partir de critérios diferentes, como a situação da rede pública e privada, a ocupação de UTI adulta, pediátrica e de Covid-19, assim como a taxa total que reúne todas as informações.

    Com Minas Gerais e Espírito Santo na lista de secretarias estaduais em alerta, São Paulo deixa de ser o único estado da região Sudeste a ultrapassar 80% de ocupação. Na tarde de quinta-feira (11), o governo paulista anunciou medidas restritivas ainda mais duras por considerar que a velocidade de criação de leitos de UTI não é compatível com a evolução do vírus. O estado terá até o final de março 9.200 leitos, mesmo assim não foi considerado suficiente para conter a crise sanitária na região.

    Em comparação com o último levantamento, Mato Grosso do Sul, que vive a pior crise do país, registrou piora dos indicadores. No dia anterior, o estado da região Centro-Oeste estava com 100% dos leitos de UTI adulto do sistema público ocupados. Com a atualização dos dados, os sul-mato-grossenses avançaram no colapso do sistema de saúde com 101% de ocupação dos leitos públicos de UTI adulto. A taxa revela que pacientes estão esperando para serem internados.

    A região Centro-Oeste tem o pior índice de ocupação, apesar da melhora da situação no Distrito Federal que saiu de 95,44% para 82,77%. Goiás (96%) conseguiu diminuir em 1% a taxa de ocupação e o Mato Grosso (96,4%) conseguiu manter estagnada a demanda por internação na rede pública.

    Enfermeira trata paciente com Covid-19 na UTI de hospital em São Paulo
    Enfermeira trata paciente com Covid-19 na UTI de hospital em São Paulo
    Foto: Amanda Perobelli/Reuters (3.jun.2020)

     A região Sul vem logo atrás da Centro-Oeste no colapso do sistema de saúde. Os três estados que formam a região, Paraná (95%), Santa Catarina (96,3%) — com 99% dos leitos de UTI adulto ocupados — e Rio Grande do Sul (97,9%) — que registrou queda de 1% nos indicadores, mas vê o sistema privado colapsar com 129,9% de ocupação –, já exauriram a sua capacidade de rotatividade dos leitos e evoluem lentamente para o esgotamento completo da sua capacidade de internação.

    No Norte do país a situação apresenta tendência de melhora em alguns estados e agravamento em outros, o Acre (92,5%) manteve a sua taxa de internação estagnada, Amazonas (82%) reduziu em 1% e o Amapá (86,96%) conseguiu reduzir em 4% os níveis de ocupação. Em contrapartida, Tocantins (94%) piorou em 4% a sua taxa desde o último levantamento.

    Rondônia (99,6%) vive a situação mais grave da região, pois em um dia a taxa de ocupação saltou 13% e beira o colapso total, um patamar que o estado conseguiu reverter.

    No Nordeste, quatro estados estão em colapso por ultrapassarem a faixa dos 90% de ocupação. Pernambuco (95%), Rio Grande do Norte (93,2%) e Piauí (90,4%) estão com os piores índices da região — os três últimos com crise ainda mais aguda por contabilizarem os dados com a somatória da ocupação nas redes privada, pública e contratualizada.

    A região tem ainda outros quatro estados com taxas de ocupação que ultrapassam 80%, mas que estão em situações mais controladas, em queda, ou em crescimento gradual. São eles: Bahia (88%), Ceará (87,9%), Paraíba (81%) e Sergipe (84,1%). 

    Veja os estados com ocupação em leitos de UTI acima de 80%, além do Distrito Federal:

    • Acre – 92,5%
    • Amazonas – 82%
    • Amapá – 86,96%
    • Bahia – 88%
    • Distrito Federal – 82,77%
    • Espírito Santo – 83,84%
    • Goiás – 96,05%
    • Mato Grosso – 96,43%
    • Mato Grosso do Sul -101%
    • Minas Gerais – 80,80%
    • Paraíba – 81%
    • Pernambuco – 95%
    • Paraná – 95%
    • Rondônia – 99,6%
    • Rio Grande do Sul – 97,9%
    • Santa Catarina – 96,3%
    • Sergipe – 84,1%
    • São Paulo – 86.7%
    • Tocantins – 94%

    Veja os estados com ocupação em leitos de UTI abaixo de 80%:

    • Maranhão – 79,37%
    • Pará: 79,3%
    • Rio de Janeiro – 73%

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