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    MP faz alerta para evitar desvios e falsificação de vacinas no RJ

    Objetivo é inibir a comercialização dos imunizantes no mercado paralelo, através do desvio de doses ou da venda de vacinas falsificadas em frascos verdadeiros

    Paula Martini, da CNN, no Rio de Janeiro

    O Ministério Público do Rio de Janeiro enviou, nesta sexta-feira (5), uma série de recomendações à Prefeitura do Rio de Janeiro sobre o descarte de frascos utilizados na vacinação contra a Covid-19. As sugestões foram apresentadas após o órgão visitar seis pontos de imunização e constatar irregularidades no armazenamento das ampolas vazias. 

    O objetivo do MP-RJ é inibir a comercialização dos imunizantes no mercado paralelo, através do desvio de doses ou da venda de vacinas falsificadas em frascos verdadeiros. 

    Enfermeira prepara dose de vacina contra o coronavírus em Manaus
    Enfermeira prepara dose de vacina contra o coronavírus em Manaus
    Foto: Sandro Pereira/Fotoarena/Estadão Conteúdo

    No Parque Olímpico, onde funciona um posto drive-thru, o MP-RJ identificou que os vidros vazios estavam em uma sala destrancada e distante do ponto de visão dos profissionais de saúde. Além disso, flagraram pessoas não autorizadas circulando a poucos metros do local de descarte. 

    O MP-RJ apurou que as caixas com frascos vazios ficam na arena esportiva até o recolhimento do serviço de lixo especializado, o que acontece uma vez por semana. 

    A promotora Bárbara Luiza Coutinho, da 5ª Promotoria de Justiça e Tutela Coletiva da Saúde da Capital, afirmou que a falta de controle também pode facilitar que uma pessoa desvie um frasco cheio e o substitua por um vazio.

    “É preciso aprimorar o controle e, de alguma forma, isolar os locais. Além de ser uma questão sanitária, as falhas abrem brecha para o cometimento de um eventual crime. Não existe nenhuma prova de um esquema de desvio de vacinas, mas as irregularidades podem favorecer um terceiro mal intencionado. No Parque Olímpico, por exemplo, havia circulação de pessoas que não tinham nada a ver com a campanha de vacinação. Se alguém pega um frasco e bota um soro genérico, alguém que não tem conhecimento técnico pode achar que é vacina e comprar no mercado paralelo. O que queremos coibir não é necessariamente um desvio, mas também uma falsificação”, disse à CNN.

    Órgão visitou pontos de vacinação no Rio de Janeiro e apresentou recomendações
    Órgão visitou pontos de vacinação no Rio de Janeiro e apresentou recomendações
    Foto: Ministério Público do Rio de Janeiro/Divulgação

    Recomendações

    Entre as recomendações feitas pelo MP-RJ estão a instalação de câmeras de segurança nos pontos de armazenamento de frascos já utilizados e o isolamento efetivo das instalações, com a limitação de pessoas autorizadas a acessar os locais. O documento é endereçado ao secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz. Ele tem 10 dias úteis para responder ao MP-RJ. 

    Em nota, a secretaria municipal da Saúde informou que responderá todas as recomendações do Ministério Público “e vem aprimorando todos os processos de trabalho para oferecer sempre o melhor serviço com segurança e conforto para a população”.

    A preocupação com o desvio de ampolas já mobilizou outras cidades do país. Em Curitiba, no Paraná, a secretaria municipal da Saúde proibiu que os frascos sejam levados para casa como forma de “lembrança”. 

    A secretaria da Saúde do município determinou que todas as ampolas vazias sejam enviadas para a Central de Vacinas e armazenadas até serem recolhidas pela empresa que faz o descarte.

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