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    Governo vê Pfizer ‘inflexível’, mas retoma negociação após avanço da vacina

    Além de cobrar um preço ‘muito mais caro’ que os demais laboratórios, empresa teria se recusado a fechar contrato por meio do sistema de encomenda tecnológica

    Igor Gadelhada CNN

    Responsáveis pela negociação com a farmacêutica americana pelo lado do governo brasileiro, integrantes dos ministérios da Economia e da Saúde têm classificado a Pfizer, nos bastidores, como “super inflexível” na negociação para aquisição de uma vacina contra a Covid-19.

    Negociadores do governo Jair Bolsonaro ouvidos pela CNN dizem que, além de cobrar um preço “muito mais caro” que os demais laboratórios que produzem imunizantes, a empresa teria se recusado a fechar contrato por meio do sistema de encomenda tecnológica.

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    Ilustração da potencial vacina contra Covid-19 da farmacêutica Pfizer
    Ilustração da potencial vacina contra Covid-19 da farmacêutica Pfizer
    Foto: Dado Ruvic/Reuters (30.out.2020)

    Pouco utilizada no Brasil, essa modalidade de compra é usada em situações nas quais o Estado se depara com um problema ou uma necessidade cuja solução não é conhecida ou não está disponível. O processo envolve mais fases de negociação e leva em conta o chamado “risco tecnológico”.

    De acordo com integrantes dos ministérios da Economia, a Pfizer quer fechar o contrato pelo sistema normal de venda pura e simples. Para os negociadores, quem apresentou melhores condições de negociação até agora foi o conglomerado anglo-sueco AstraZeneca.

    Apesar das críticas, o governo brasileiro resolveu prosseguir nas negociações com a Pfizer em razão do avanço da vacina. Nesta semana, a empresa divulgou que vacina experimental contra a Covid-19 mostrou ter 90% de eficácia na prevenção da doença.

    “Mudou porque talvez a da Pfizer saia antes. Em vacinas, não podemos fechar as portas nunca. Porque tudo pode falhar”, explicou a CNN um membro do governo Bolsonaro que participará de reunião com representantes da empresa na próxima terça-feira (17), em Brasília.

    Preços diferenciados

    Em nota, a Pfizer ressaltou que está em contato com o governo brasileiro para “discutir um possível fornecimento” de sua vacina, ainda sujeita à aprovação regulatória da Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, com quem “trabalhará em parceria”.

    A farmacêutica destacou ainda que trabalha com uma “abordagem de preços diferenciados”. “Os países com a menor capacidade de pagar pela vacina pagarão um preço mais baixo de acordo com os recursos de seu governo, enquanto os países que podem pagar mais deverão fazê-lo.”