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    Estudo diz que trabalhadores da saúde têm 146% mais chance de morrer de Covid-19

    Dados do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA) em parceria com a UFRJ mostram recorte da contaminação por profissão, cor, renda e escolaridade

    Leandro Resendeda CNN

     

     

    Fatores como profissão, cor, renda e escolaridade afetam a probabilidade de uma pessoa morrer por coronavírus, revela estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA) em parceria com a UFRJ. O levantamento, pioneiro, concluiu que trabalhadores da área de saúde e segurança têm chance de morrer entre 146% e 125% maior do que as pessoas que trabalham em outras atividades. Pessoas pretas, pardas e indígenas também apresentaram maior risco de virem e óbito.

    A pesquisa foi feita com a base de dados da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro até o começo do mês de julho, quando o estado tinha quase 13 mil mortes e mais de 145 mil casos de Covid-19. O estudo é inovador porque pela primeira vez um grupo de pesquisadores teve acesso ao detalhamento das condições socioeconômicas das vítimas, associada aos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério da Economia.

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    Profissionais de saúde em posto de coleta para testes da Covid-19
    Profissionais de saúde em posto de coleta para testes da Covid-19
    Foto: Raquel Portugal/Fiocruz (22.mai.2020)

    O recorte por ocupação mostrou que trabalhadores de saúde e outros que não puderam aderir ao regime de home office ficaram mais vulneráveis à morte por Covid-19. Isso vale para saúde, segurança e atividades do comércio, por exemplo – quem trabalha nesta área tem 30% de chance a mais de ser vítima da Covid-19. “Esse estudo conseguiu individualizar as vítimas e, entre outras conclusões, deixou claro que as medidas de isolamento foram efetivas e poupou vidas. Quem conseguiu trabalhar de casa tem menos chance de morrer da doença”, explicou Fernanda De Negri, coordenadora do Centro de Pesquisa em Ciência, Tecnologia e Sociedade do Ipea.

    Ao olhar os dados por cor, os pesquisadores concluíram que pretos, pardos e indígenas têm 39% de chance a mais de morrer do que brancos. Já quem tem ensino superior tem 44% a menos de chance de vir a óbito pela Covid-19 – provavelmente, segundo o levantamento, pela adesão maior a medidas de isolamento social. Há, ainda, uma diferença geográfica: quem trabalha na região metropolitana tem 141% a mais de vir a óbito.

    Para Fernanda de Negri, o levantamento inédito do IPEA serve a um duplo propósito: calibrar as medidas de prevenção e combate ao coronavírus e balizar as regras a serem estabelecidas pelos governos para vacinação. “Quando a vacina chegar, ela não será imediata para todos.  E este estudo ajudará os governos a definir o que é prioridade, quais os grupos mais vulneráveis”, afirmou.

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