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    Covid-19: pneumologista explica riscos de comprometimento de pulmões

    Cantor sertanejo Cauan teve 70% do pulmão afetado por conta do coronavírus

    Diante do caso do cantor sertanejo Cauan, da dupla com Cleber, que está com cerca de 70% do pulmão comprometido devido à Covid-19, o pneumologista Rafael Stelmach falou à CNN, nesta segunda-feira (17), sobre as diferenças na evolução do novo coronavírus em cada organismo e quais as sequelas respiratórias.

    De acordo com o último boletim médico, o sertanejo está em quadro estável e faz uso de vários medicamentos, incluindo antibióticos e anticoagulantes, além de tratamento com plasma convalescente. O artista está internado faz cinco dias e sob oxigenoterapia contínua.

    Stelmach afirmou que o novo coronavírus evolui de formas distintas em cada organismo. “Como a Covid-19 é uma doença nova, não temos certeza se os casos vão evoluir da mesma maneira. Os fatores de risco realmente pioram a evolução, mas isso não quer dizer que aconteça com todas as pessoas”, explicou o médico, que frisou “que não existe uma [única] Covid”.

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    “Em cada pessoa, a Covid-19 pode ser completamente diferente e esse é o grande desafio dessa doença, pois até hoje não conseguimos dizer a evolução em cada paciente e saber se vai piorar [ou não]”, acrescentou.

    Segundo ele, há risco de morte em comprometimento de partes do pulmão acima de 50%, “mas a evolução é muito heterogênea”, assim como a própria doença. Com isso, o pneumologista diz que o paciente precisa do suporte para que o corpo lute contra o vírus.

    “Pacientes precisam de uma boa atenção médica com todos os medicamentos e suportes, e esperar uma resposta do indivíduo com relação ao combate à doença”, disse. “Nós ajudamos, mas não temos uma medicação como estamos acostumados. Para cada paciente, isso pode ser diferente”.

    O médico ressaltou que há chances de recuperação total do pulmão, que tem a capacidade de se regenerar, mas também é possível que haja sequelas.

    “Se a lesão pulmonar for muito agressiva, independente do percentual, pode deixar marcas como cicatrizes”, explicou. Segundo ele, isso causa uma disfunção ou endurecimento pulmonar, o que pode diminuir a capacidade respiratória.

    “Quando [o paciente] tem essas cicatrizes em grande quantidade, essa capacidade de encher e esvaziar os pulmões é diminuída e impede a respiração normal do paciente”, esclareceu, destacando que é necessário fazer acompanhamento do pulmão mesmo após a recuperação da Covid-19.

    “Entre a recuperação total e a pessoa ficar com o pulmão permitindo todas as atividades, o outro lado também é verdadeiro em relação a essas sequelas. A evolução do caso é que vai dizer. Temos que apostar que a medicina e a ciência ajudem no jeito positivo”, concluiu.

    Caso de Cauan

    Dupla sertaneja Cleber e Cauan
    Dupla sertaneja Cleber (E) e Cauan
    Foto: Instagram/ Flávio Andrade/ Reprodução

    O músico sentiu febre e dores no corpo na semana passada e, posteriormente, foi diagnosticado com o vírus. Na quinta-feira (13), retornou ao médico com febre alta. 

    Ele, então, realizou um raio-x do tórax e foi constatado que seu pulmão está comprometido em mais de 50%. Novo boletim apontou que o comprometimento do órgão passou para 70%.

    No domingo (16), ele foi transferido para a UTI do hospital onde está internado em Goiânia para tratar o quadro de infecção pelo novo coronavírus.

    A mulher do cantor, Mariana Moraes, que também está com Covid-19, tem usado suas redes sociais para divulgar informações sobre o quadro de saúde do artista.

    “O Cauan está indo para a UTI. Nós estamos confiantes, pois temos certeza que a cura já corre nas veias dele. Quando Jesus morreu na cruz, Ele levou sobre si nossas dores e enfermidades. Agradecemos a vocês pelas orações”, disse Mariana, em uma das publicações.

    Originária de Ceres, no interior de Goiás, a dupla Cleber & Cauan iniciou a carreira artística em 2010. 

    Entre alguns dos sucessos da dupla, se destacam as músicas Pedaço Meu (interpretada com Jorge, da dupla Jorge & Matheus), Sonho, 200 reais e Quase.

    (Edição: André Rigue)