Veja a linha do tempo da luta de Paulo Gustavo contra a Covid-19
Quadro Correspondente Médico detalha principais momentos da luta que o ator enfrentou contra a doença; aos 42 anos, Paulo Gustavo morreu na noite de terça (4)
Na edição desta quarta-feira (5) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes explicou a linha do tempo da luta do ator Paulo Gustavo contra a Covid-19. Aos 42 anos, o artista morreu por complicações da doença após mais de 50 dias internado em um hospital do Rio de Janeiro.
Para o médico, Paulo Gustavo se tornou um triste exemplo para os brasileiros de uma evolução grave de Covid-19. No dia 13 de março, o ator e humorista foi internado por agravamento da infecção por coronavírus e, sete dias depois, em 21 de março, Paulo Gustavo foi intubado para auxiliar na respiração.
“Quando existe a necessidade do uso de oxigênio, tem várias formas de isso ocorrer, como com um cateter ou máscara de oxigênio, por exemplo. Quando se faz intubação, é colocado um tubo que basicamente joga o ar direto dentro da traqueia. É um passo mais avançado, no qual os fisioterapeutas podem trabalhar para ajudar o pulmão, que está machucado, para recrutar as células pulmonares que ainda estejam viáveis para a troca gasosa acontecer”, explica Gomes.
Em 2 de abril, Paulo Gustavo começou o tratamento com oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO). O médico explica que a estrutura age como um pulmão artificial. “A ECMO consiste em um aparelho externo que capta o sangue enriquecido com gás carbônico e faz a troca gasosa, como um pulmão fora do corpo. Ela libera o gás carbônico e enrique o sangue com oxigênio, que retorna para o paciente. Com isso, o pulmão teria tempo de se recuperar.”
Durante o tratamento com ECMO, Paulo Gustavo teve, em 26 de abril, uma pneumonia bacteriana. Em 2 de maio, o artista acordou e interagiu com o marido, Thalles Bretas. Mas, no dia seguinte, Paulo Gustavo teve uma embolia gasosa causada por fístula bronquíolo-venosa e morreu, na terça-feira, 4 de maio.
“Com tratamentos invasivos, nós quebramos barreiras naturais de combate ou prevenção à infecção. Apesar de ser indesejado e ter trabalho intenso da equipe médica para evitá-lo, existe o ponto de vulnerabilidade e facilidade de se desenvolver um quadro infeccioso, como uma pneumonia bacteriana. Além da inflamação causada pelo coronavírus, o pulmão também foi acometido por uma bactéria, piorando ainda mais um órgão que já estava lesado.”