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    Correspondente Médico: Como as redes sociais influenciam no comportamento?

    Instagram chegou ao seu 10º aniversário nesta terça-feira (6)

    O Instagram, que é a segunda maior rede social do mundo, completa 10 anos nesta terça-feira (6). A relação das pessoas certamente mudou muito com o ambiente criado através da internet.

    Na edição desta terça-feira (6) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes explicou o impacto das redes sociais no cérebro. O médico também avaliou como as novas tecnologias mudam os hábitos de consumo e como isso afeta no armazenamento de memórias. 

    “O Instagram parece muito com o funcionamento do nosso cérebro. A gente sabe que grande parte da nossa vivência e experiências são imagens. A nossa memória é composta por dados objetivos de coisas que aconteceram. Mas regadas com o tempero das emoções”, iniciou.

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    Correspondente Médico: Redes sociais mudam o comportamento das pessoas?
    Correspondente Médico: Redes sociais mudam o comportamento das pessoas?
    Foto: Reprodução/CNN

    De acordo com o médico, é normal que ocorram mudanças no comportamento com a chegada de novas tecnologias. 

    “As pessoas mudaram um pouco o comportamento com as redes sociais, pois quando você vai fazer uma publicação, será selecionado o seu melhor momento ou que você imagine que possa passar uma imagem bacana para outras pessoas. É a tentativa do ser humano criar uma edição futura da memória que você está vivendo”, explica.

    Na visão do médico, há uma tendência natural de se projetar o que se quer ser em algumas situações, como é o caso de pessoas mais jovens. 

    “Quando avaliamos o comportamento de pessoas que têm mais idade, a pessoa acaba seguindo aquele padrão de fotos do passado. Mas a turma mais jovem acaba, sim, fazendo um pouco de edição antes de postar”.

    Até mesmo o ambiente das redes sociais se assemelha com algumas partes do cérebro humano. Como por exemplo, o setor de memórias de curto prazo. “Quando fazemos uma postagem nos stories, por exemplo, é como se fosse a nossa memória de curto prazo, aquela que tem validade”, completa.

    No entanto, quando você seleciona uma foto e coloca de forma definitiva em seu perfil, acaba simulando o que vivemos no lobo temporal. “É o local onde sua memória de longo prazo fica armazenada”, disse. 

    Mesmo com os pontos positivos, as redes sociais acendem um alerta quanto ao cuidado com a saúde mental. De acordo com o médico, existe uma tendência egocêntrica a ser seguida por algumas pessoas que utilizam o ambiente virtual de forma frequente.

    “O local acaba puxando muito para o nosso próprio ego. A própria rede social faz muito sucesso quanto mais pessoal ela é. Agora, naturalmente, sempre existiu o espelho em nossa vida. Ele acaba sendo um retorno diário de como você está. Portanto, a foto em rede social entrou como um reforço disso. No entanto, na rede, nós precisamos ter cuidado com a necessidade de validação das coisas”, alertou. 

    “Quando você compara as postagens antigas, você vai perceber que seu cérebro funciona de um jeito. Muitas vezes a relevância emocional acaba superando a ordem cronológica. O aplicativo não dá isso, ele é mais frio. Por isso que o cérebro humano tem muito mais graça do que a máquina”, finaliza.