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    Hidroxicloroquina não mostra benefícios e Reino Unido cancela testes

    Dados de pesquisas feitas no país mostraram que 25,7% dos pacientes que receberam medicamento morreram, em comparação a 23,5% entre os demais

    Jacqueline Howard, , da CNN

    Pesquisadores do Reino Unido pararam de forma abrupta um braço de seu estudo sobre Covid-19 que envolve o medicamento antimalárico hidroxicloroquina. O teste Recovery, um grande estudo do Reino Unido que investiga possíveis tratamentos para o coronavírus, parou de incluir a hidroxicloroquina em seu estudo devido à “ausência de evidência de benefício”, como anunciaram os pesquisadores na sexta-feira. Outros braços no teste, que envolveu mais de 11.000 pacientes de 175 hospitais em todo o Reino Unido, continuarão.

    “Analisamos os dados e concluímos que não há evidência de um efeito benéfico da hidroxicloroquina em pacientes hospitalizados com Covid e decidimos interromper a inscrição de pacientes no braço da hidroxicloroquina, com efeito imediato, e que foi feito nesta manhã”, Martin Landray, vice-investigador-chefe do estudo e um professor da Universidade de Oxford, disse durante uma entrevista coletiva na sexta-feira.

    Como parte do teste, 1.542 pacientes com Covid-19 foram selecionados aleatoriamente para receber hidroxicloroquina como tratamento em comparação com 3.132 pacientes que receberam o tratamento padrão usual.

    Os dados mostraram que, após cerca de 28 dias, 25,7% dos pacientes que receberam hidroxicloroquina morreram, em comparação com 23,5% dos pacientes que receberam os cuidados habituais isoladamente.

    “Isso não é estatisticamente significativo, mas como você pode ver pelos números, esse resultado mostra que não há realmente nenhuma evidência de benefício”, afirmou Landray.

    “Acho que podemos dizer que esses dados excluem de forma convincente qualquer benefício significativo na mortalidade. Nossa conclusão é que este tratamento não reduz o risco de morte por Covid-19 entre pacientes hospitalizados. Isso claramente tem uma importância significativa na maneira como os pacientes são tratados não apenas no Reino Unido, mas em todo o mundo “.

    Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde interrompeu temporariamente os braços da hidroxicloroquina no seu Solidarity Tiral (Ensaio Clínico Solidariedade) devido a preocupações em torno da segurança do medicamento e para revisar seus próprios dados. Daí, na quarta-feira, após essa revisão, a OMS anunciou que decidiu retomar o estudo da hidroxicloroquina como um possível tratamento para a Covid-19.

    Peter Horby, investigador-chefe do Recovery Trial e professor da Universidade de Oxford, disse na sexta-feira que seus colegas e ele notificaram a OMS sobre os dados encontrados em seu teste e a decisão de encerrar este braço do estudo.

    “Estivemos ao telefone esta manhã com a Organização Mundial de Saúde”, contou Horby em uma coletiva de imprensa no dia 5 de junho. “Eles vão convocar seu comitê para reconsiderar sua decisão com base nos eventos de hoje”.

    A OMS confirmou durante uma entrevista coletiva em Genebra na sexta-feira, dia 5, que havia recebido uma notificação dos organizadores do teste clínico Recovery de que este havia encerrado o braço de hidroxicloroquina.

    “Como o Solidarity e a Recovery são dois dos maiores testes e, além disso, eles têm desenhos de estudos muitíssimo semelhantes, nós estamos em contato”, disse Soumya Swaminathan, cientista chefe da OMS.

    “Eles nos informaram sobre os resultados preliminares, com os quais foram à imprensa. Aguardamos a análise final dos dados e a publicação que será publicada e, certamente, nosso comitê analisará esses resultados à medida que avançamos”, afirmou Swaminathan. “Mesmo assim, são dois testes distintos, com seus próprios protocolos, seus próprios comitês de supervisão e, portanto, continuaremos por enquanto e nosso comitê analisará os dados assim que estiverem disponíveis”.

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