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    Farmacêutica quer disponibilizar vacina de Oxford antes de concluir estudo

    Apesar de voluntários serem acompanhados por um ano, farmacêutica afirma que entre outrubro e novembro espera comprovar eficácia real do medicamento

    Frasco com potencial vacina contra Covid-19 testada pela Imperial College de Londres, no Reino Unido
    Frasco com potencial vacina contra Covid-19 testada pela Imperial College de Londres, no Reino Unido foto-thomas-angus-imperial-college-london-10-jun-2020

    A vacina contra a Covid-19, desenvolvida pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, já tem testes realizados no Brasil e poderá ficar disponível à população ainda neste ano. A afirmação foi feita por Maria Augusta Bernardini, diretora-médica do grupo farmacêutico Astrazeneca. A empresa anglo-sueca participa das pesquisas da universidade inglesa em parceria com Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). 

    “Esperamos ter dados preliminares quanto a eficácia real já disponíveis em torno de outubro, novembro”, disse Bernardini. Segundo ela, apesar de os voluntários serem acompanhados por um ano, existe a possibilidade de distribuir a vacina à população antes deste período.

    “Vamos sim analisar, em conjunto com as entidades regulatórias mundiais, se podemos ter uma autorização de registro em caráter de exceção, um registro condicionado, para que a gente possa disponibilizar à população antes de ter uma finalização completa dos estudos”, acrescentou, destacando que os prazos podem mudar de acordo com a evolução dos estudos.

    Segundo ela, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem se mostrado disposta a colaborar. A vacina está atualmente na fase três de testes. Isso significa, de acordo a Unifesp, que ela se encontra entre os estágios mais avançados de desenvolvimento. O Brasil é o primeiro país fora do Reino Unido a iniciar testes com a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e um dos motivos que levaram à escolha foi o fato de a pandemia estar em ascensão no país.

    “O Brasil é um grande foco de crescimento, de mortalidade, o que nos coloca como ambiente propício para demonstrar o potencial efeito de uma vacina. Para isso precisamos ter o vírus circulante na população e esse é o cenário que estamos vivendo”, disse Bernardini. Ela participou, nessa segunda-feira (29), de uma conversa, transmitida ao vivo pela internet, com o embaixador do Reino Unido no Brasil, Vijay Rangarajan.

    A diretora-médica da Astrazeneca também destacou que a atuação de pesquisadores brasileiros em Oxford e sua reputação foi outro fator influenciador para trazer a pesquisa para o Brasil. “Isso fortaleceu a imagem da reputação científica do Brasil, além de facilitar, trazer com agilidade o estudo em termos de execução”.

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    Vantagens da vacina de Oxford

    Segundo ela, a vacina de Oxford tem vantagem sobre outras em desenvolvimento no mundo. Além de usar uma plataforma já conhecida e testada em vírus como Mers e Ebola, funcionaria com uma dose única. “Estamos desenvolvendo uma vacina em dose única. É um diferencial. […] Outro diferencial que temos é que sabemos que potencial da geração de anticorpos é muito forte, muito positivo”.