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    Mandetta afirma que Bolsonaro “ainda quer maquiar” números de Covid-19 no Brasil

    Em resposta ao presidente, que o acusou de "vender o pavor" à população, ex-ministro alertou que mortes da pandemia são causadas por imprudência

    Pietra Carvalho, , da CNN, em São Paulo

    O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta respondeu às acusações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que sua gestão teria divulgado números “fictícios” da pandemia de Covid-19 no Brasil para “‘vender o pavor” à população. 

    Em sua live semanal na noite de quinta-feira (11), Bolsonaro ainda ironizou o respeito de Mandetta às diretrizes determinadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS): “E ele (Mandetta) tava todo vendendo o peixe: ‘Fique em casa, não saia, a curva, ciência, foco… foco na OMS’. Olha aí a OMS. Olha o vexame da OMS”, disse. 

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    Na tarde desta sexta-feira (12), em seu perfil no Twitter, o ex-ministro questionou “quantos dos 800.000 casos confirmados e das 41.000 vidas perdidas a atitude tola foi a responsável”, em referência aos protocolos de isolamento adotados pelo Ministério da Saúde e sempre criticados pelo presidente. 

    “Realidade inflada? Ainda querendo maquiar? Cuidado. A morte está na espreita e na conta dos incautos. Reflita e reze. Fique com João 8:32. Não cite. Pratique!”, completou o ex-ministro, direcionando sua resposta às palavras de Bolsonaro e a responsabilidade pelos óbitos da pandemia aos “imprudentes”, citando ainda um dos versículos da Bíblia mais mencionados pelo presidente: “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” 

    Mandetta deixou o comando do Ministério da Saúde em 16 de abril, quando o Brasil contabilizava 30.891 infectados e 1.952 mortos. Até a tarde desta sexta, segundo a Universidade Johns Hopkins, o país tem 802.828 casos confirmados e 40.919 óbitos causados pelo novo coronavírus. 

    O substituto de Mandetta, Nelson Teich, assumiu a liderança da pasta em 17 de abril, mas não permaneceu nem um mês no cargo, pedindo demissão em 16 de maio. Desde então, o general Eduardo Pazuello, sem nenhuma formação acadêmica na área da saúde, assumiu a chefia interina do ministério. 

     

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