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    Como vão funcionar os testes do tratamento com plasma para combater coronavírus

    Diretor do Hemorio, Luiz Amorim, explicou à CNN, as etapas do teste clínico do tratamento com plasma sanguíneo no combate ao novo coronavírus

    O diretor do Hemorio, Luiz Amorim, explicou à CNN, nesta segunda-feira (6), como vão funcionar os testes do tratamento com plasma sanguíneo no combate ao novo coronavírus. 

    Amorim esclareceu que a alternativa, que usará o plasma de pessoas que se recuperaram do novo coronavírus, tem sido estudada por vários países e apresentou resultados positivos em testes de pequena escala – com cinco e 19 pacientes. Até agora, a China foi o único país que fez aplicações em larga escala – com 245 pacientes – mas ainda não relatou os resultados da iniciativa.

    No Brasil, a ideia é fazer os testes em pacientes internados com sinais graves da doença causada pela COVID-19. “Esse tratamento não estará disponível em larga escala, então a opção é usar nos pacientes mais graves”, explica. “Teoricamente também poderia funcionar nos mais leves, mas os mais graves correm mais risco de vida, então vamos optar por elas na intenção de melhorar a evolução”, completa.

    Os trabalhos serão feitos em duas etapas. A primeira consiste em colher e processar o plasma (a parte que contém proteína e anticorpos) dos pacientes recuperados e enviá-lo para as UTIs (Unidade de Tratamento Intensivo). A segunda é transfundir aos pacientes internados.

    “A ideia é que os anticorpos neutralizem o vírus e, com isso, ajude a controlar a doença e encurtar a permanência hospitalar”, afirma. “Mas tudo isso são hipóteses que a gente vai ver se se confirmam nesse estudo clínico”, completa.

    Vale ressaltar que o doador e o plasma coletado passarão por testes e avaliações de especialistas antes de serem enviados aos pacientes. Além disso, para doar, não basta ter se recuperado da doença, já que há restrições, segundo o diretor do Hemorio.  “Tem contraindicações. Quem ficou em estado grave ou na UTI não deve doar plasma, em princípio”, avisa. “E tem uma série de outras contraindicações: se a pessoa tem a pressão muito alta ou algum outro problema de saúde de antes da COVID. Tudo isso vai ser avaliado”, afirma.

    A doação em si é diferente do processo comum de doar sangue. “A gente coloca o paciente em uma máquina chamada processadora de células, que separa o plasma e ele vai ficar em uma bolsa. O restante volta para o paciente”, explica.

    Nesta segunda (6), deve ser iniciada a chamada de recuperados para a doação e, segundo Amorim, até o fim da semana o procedimento já deve estar avançado e perto de chegar aos pacientes nas UTIs. “Ninguém está prometendo a cura, mas estamos com uma boa expectativa e esperamos que funcione”, diz o diretor do Hemorio. “A expectativa é boa, mas só estudo clínico vai dizer se, de fato, é um tratamento que funciona. Mas a esperança estamos autorizados a ter”.