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    Exposição maior de voluntários ao vírus explica eficácia de 50,38%, diz Butantan

    Diretor médico Ricardo Palácios afirma que estudos envolveram profissionais de saúde que estavam expostos diretamente ao coronavírus

    André Rigue, da CNN, em São Paulo

    O diretor médico do Instituto Butantan, Ricardo Palácios, explicou como foram realizados os testes com a Coronavac, vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac contra o coronavírus que será fabricada em São Paulo. Segundo o diretor, o número de eficácia global (50,38%) ficou abaixo das demais vacinas concorrentes pois os testes foram feitos com “o máximo de estresse possível”.

    “Um cientista quer colocar a prova mais difícil possível, porque gera a maior força de evidência. Quando a gente testa uma hipótese, a fortaleza é gerada a partir do tipo de teste que estamos fazendo. Estou comprometido com a saúde pública, e quando me deram a liberdade de fazer o teste, fiz o mais difícil possível”.

    Segundo Palácios, o público alvo escolhido pela vacina envolveu profissionais de saúde que têm contato diretamente com o vírus. Por este motivo, o grau de eficácia global foi menor, mas a proteção da vacina sobre o coronavírus pôde ser verificada. Anteriormente, o governo paulista tinha divulgado que a Coronavac protegeu 100% para casos graves e 78% para casos leves.

    Eficácia da Coronavac
    Resultado de eficácia da Coronavac, vacina produzida pela Sinovac e pelo Instituto Butantan, divulgado nesta terça-feira (12) pelo Governo de São Paulo
    Foto: CNN Brasil / Dados do Instituto Butantan

    “Não é a vida real exatamente. O que acontece é que fizemos um teste artificial. Selecionamos dentro da população aquela que poderia ser testada com uma taxa mais alta [de exposição]. Se a gente quer comparar os diferentes estudos, é como comparar uma pessoa que fez uma corrida de um quilômetro num trecho plano com uma que fez uma corrida de um quilômetro num trecho com obstáculos”.

    Palácios afirmou que o diferencial de ter realizado estudos com profissionais de saúde foi que eles sabem identificar o coronavírus. “As pessoas não só ficavam expostas diretamente, como são profissionais que sabem detectar os sintomas melhor do que uma pessoa da comunidade”.

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