Doria promete novo hospital de campanha em meio ao agravamento da pandemia
Governador promete fornecer detalhes da unidade na próxima segunda-feira (8); secretário da Saúde diz que todos pacientes receberão atendimento contra Covid-19
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta sexta-feira (5) que o estado implantará um novo hospital de campanha na cidade de São Paulo para conseguir atender a crescente demanda de pacientes infectados com o novo coronavírus.
“Na segunda-feira (8), vamos anunciar um novo hospital de campanha aqui em São Paulo. A situação é cada vez mais grave e hoje pedi liberação de recursos para implantação o mais rápido possível na cidade de São paulo”, disse Doria, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
“Não dependerá da prefeitura, mas sei que ela também está preocupada neste sentido, com o prefeito Bruno Covas (PSDB) e o secretário da Saúde, Edson Aparecido. Vamos anunciar na segunda-feira um hospital de campanha”, completou.
A informação de Doria foi um complemento a uma resposta dada pelo secretário da Saúde do estado, Jean Gorinchteyn, na mesma entrevista ao dizer que, se fosse necessário, pacientes seriam tratados até em corredores.
“Estamos em uma operação de Guerra. Vamos ter que identificar os pacientes com muita gravidade, que irão para Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Outros, que não precisem de intubação, podem ir para outras unidades. Não queremos que pessoas morram sem assistência, é o mínimo que podemos dar. E é isso que vamos fazer”, disse Gorinchteyn.
“Por isso que eu digo, mesmo que coloquemos cilindros [de oxigênio] em qualquer lugar, até em corredores, vamos fornecer assistência.”
Doria afirmou entender a “preocupação e o sentimento” de um médico infectologista, como Gorinchteyn, mas afirmou que o governo não quer atender pacientes em corredores. “Queremos atender pacientes em quartos, de forma digna, e é o que vamos fazer aqui em São Paulo.”
Ao ser questionado sobre que tipo de hospital de campanha seria adotado, Doria disse que não será como os modelos adotados no ano passado.
“Estaremos dentro de uma unidade hospitalar. Estará dentro de um hospital, até para que as pessoas não imaginem que montaremos tendas, seja onde for. Já foi feito no passado [dessa forma], mas não vamos retormar. Será um hospital, dentro de uma unidade hospitalar, com abertura gradual de leitos. Mas será um hospital”, explicou.
“Por que não vamos fazer tendas? Porque precisamos de UTIs. São menos enfermarias e mais Unidades de Terapia Intensiva. É por essa razão que a opção das tendas não está sendo considerada nesse momento. Precisamos de quartos de UTI, com equipamentos de UTI e equipes para atendimento.”